15 Fevereiro 2016
Quarenta e nove internos de cartéis de drogas rivais foram mortos depois que um motim eclodiu em uma prisão na cidade mexicana de Monterrey no último dia 11, um dia antes de o Papa Francisco ir visitar uma outra grande unidade prisional na mesma região norte do país.
A reportagem é de Megan Cornwell, publicada por Catholic News Service, 12-02-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
O confronto na prisão de Topo Chico, onde moram vários líderes rivais dos cartéis Gulf e dos Los Zetas, aconteceu logo após a meia-noite de quinta-feira (11 de fevereiro).
Falando à BBC, o governador do estado Jaime Rodriguez disse que 12 pessoas ficaram feridas depois que prisioneiros lutaram com “armas cortantes, tacos e pedaços de pau”.
As famílias dos prisioneiros se aglomeraram ao redor da prisão enquanto a polícia chegava, bloqueando estradas e exigindo informações sobre os detentos. Um ano antes 44 internos foram mortos em um motim semelhante em uma outra prisão na região.
Um relatório de 2014 sobre o sistema prisional feito pela Comissão Nacional dos Direitos Humanos encontrou problemas tais como superlotação e autogoverno. Alguns internos que esperavam pelo julgamento estavam presos nas mesmas celas com os que já haviam sido condenados.
“A Topo Chico tinha com uma taxa de ocupação de 156%” em 2013, declarou Jorge Kawas, pesquisador e analista na área de segurança no país. “Como muitas prisões locais, esta também conta com poucos recursos e é praticamente impossível de ser administrada”.
O Pe. Robert Coogan, capelão prisional americano em Saltillo, a 50 quilômetros de Monterrey, apontou para a forma como os líderes dos internos mantêm as prisões controladas no intuito de contar com os vigilantes ao lado deles. “Mas às vezes estes líderes usam da manipulação (...) colocando todas as pessoas que eles querem ver soltas em um único lugar. Tão logo conseguem colocá-las num único setor, eles irão libertá-las”, disse.
O Papa Francisco deve visitar a prisão de Cereso na cidade fronteiriça de Ciudad Juárez no dia 17 de fevereiro. Esta sua visita incluirá um momento com, pelo menos, 50 internos, alguns dos quais estão presos por crimes relacionados a narcóticos.
As autoridades dizem que essa penitenciária demonstrou melhorias nos últimos anos, embora os padres que servem no ministério prisional diocesano e junto às famílias dos detentos acreditam que os problemas persistem, tais como os presos tendo de pagar por proteção e privilégios.
Violência e corrupção são apenas algumas das problemáticas que o papa provavelmente abordará em sua visita de seis dias ao México.
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Ida do Papa a uma prisão no México deve acontecer enquanto 49 internos morrem em motim - Instituto Humanitas Unisinos - IHU