02 Fevereiro 2016
O bispo luterano que recebeu a comunhão de um padre católico no Vaticano não deveria ter recebido a oferta e deveria ter recusado, de acordo com um porta-voz da diocese católica de Helsinque.
A reportagem é de Mark Woods, publicada por Christian Today, 27-01-2016. A tradução é de Evlyn Louise Zilch.
Os luteranos da Finlândia, liderados pelo Bispo Samuel Salmi de Oulu, faziam parte de uma delegação em Roma para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Eles indicaram ao cruzar os braços direitos sobre o peito que a eles não deve ser oferecido o sacramento na Missa na Basílica, mas os sacerdotes foram em frente e deram a eles sem ressalvas.
O bispo Salmi disse que os padres católicos sabiam quem eram os luteranos, então eles não foram convidados a participar por engano.
"Os católicos compartilharam a Eucaristia. Eu também tenho que ser parte disso", disse ele. Para o bispo Salmi, o movimento era parte de uma maior abertura para a intercomunhão, sinalizada pelo conselho do Papa Francisco para uma mulher luterana casada com um católico romano que deveria "falar com o Senhor" sobre a possibilidade de se juntar a ele na missa.
No entanto, a diocese de Helsinque emitiu uma negação robusta de sua interpretação do evento e disse que a doutrina católica não tinha mudado.
"Apenas os membros da Igreja Católica no estado de graça podem receber o sacramento católico da Eucaristia, ou a Sagrada Comunhão", de acordo com Marko Tervaportti, diretor do Catholic Information Centre.
Ele disse que o sacerdote pode não ter reconhecido a identidade dos luteranos, ao cruzarem o braço direito no ombro esquerdo como um sinal de busca por uma bênção ao invés de Comunhão, e que isso não era uma prática universal. Ele acrescentou que "se a comunhão é oferecida, é por causa da ignorância do ministro da Eucaristia e pode ainda ser educadamente recusada".
De acordo com Tervaportti, "A doutrina e a prática da Igreja Católica em relação a sobre quem é possível receber a Sagrada Comunhão não mudou nos últimos anos e décadas. Se acontecer mudança, isso não vai acontecer 'no campo', mas através de uma alteração da lei da igreja e acréscimos aos ensinamentos sobre os sacramentos da Igreja Católica".
Ele exortou a necessidade de um engajamento teológico, dizendo que a tentativa de criar comunhão "na autoridade do próprio" prejudica "os verdadeiros esforços das igrejas para se aproximar".
Enquanto luteranos e católicos têm visto uma aproximação significativa durante os últimos anos, os católicos tradicionalistas ficaram irritados com o que viram como concessões demais à tradição luterana.
As palavras do Papa Francisco para a mulher luterana que lhe perguntou sobre a tomada de Comunhão em uma igreja católica foram explicadas por teólogos como uma expressão de simpatia ao invés de aprovação.
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Luteranos não deveriam ter recebido a Comunhão no Vaticano, diz porta-voz da diocese de Helsinqui - Instituto Humanitas Unisinos - IHU