O perigo não é Cunha: é Tombini

Mais Lidos

  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS
  • Diaconato feminino: uma questão de gênero? Artigo de Giuseppe Lorizio

    LER MAIS
  • Venezuela: Trump desferiu mais um xeque, mas não haverá xeque-mate. Artigo de Victor Alvarez

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

17 Setembro 2015

O perigo não tem a face adunca e sibilina de Eduardo Cunha. O perigo mora ao lado e tem a cara bonachona de Alexandre Tombini, o presidente do Banco Central.

O comentário é de Luis Nassif, jornalista, publicado no Jornal GGN, 16-09-2015.

Vamos supor que o Congresso aprove o pacote fiscal de Dilma Rousseff, a base de apoio seja recomposta e os defensores do impeachment se acalmem.

Neste momento, a economia está rodando a quase -3%. Na melhor das hipóteses, o Banco Central manterá a Selic em 14,5%. Na pior das hipóteses, aumentará mais ainda. Segundo Alexandre Tombini, presidente do BC, em hipótese alguma o banco abandonará o objetivo de trazer a inflação para a meta ainda em 2016.

Ajuste fiscal, trancamento do crédito e taxa de juros em níveis especiais derrubarão mais ainda o PIB em 2016. No acumulado, há a possibilidade de queda do PIB de 5 a 6% em dois anos, derrubando mais que proporcionalmente as receitas fiscais.

Uma pequena operação aritmética - receita caindo 5% em dois anos, dívida aumentando 20% ao ano - é suficiente para saber que nada salvará o país do rebaixamento das agências de risco. E será o menor dos problemas que o governo enfrentará.

O perigo mora ao lado, no Banco Central, que adquiriu vida própria. A presidente não ousa chegar perto. E o Ministro da Fazenda Joaquim Levy está preso a um receituário ideológico. Ora, o que caracteriza os grandes Ministros da Fazenda é o pragmatismo, a capacidade de analisar os fatos e projetar os resultados. É mais que evidente, é de uma obviedade assustadora e não há teoria que possa endossar, essa combinação de ajuste fiscal e política monetária extraordinariamente restritiva em uma quadra recessiva.

O governo não tem cacife político para segurar esse baque. Se tivesse, perderia porque a conta final não fecharia.

Ou seja, essa combinação é politicamente desastrosa, economicamente ruinosa e financeiramente inviável.