08 Setembro 2015
O embaixador do Vaticano para o Quênia e Sudão do Sul revelou uma série de detalhes da esperada visita do Papa Francisco a três países africanos, incluindo as datas prováveis das viagens do pontífice e as questões que ele pode destacar em sua primeira estada neste continente.
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 02-09-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Dom Charles Daniel Balvo informa que Francisco está planejando uma viagem de cinco dias a três capitais africanas, todas na última semana do mês de novembro: Nairóbi (Quênia, nos dias 25 a 27); Kampala (Uganda, nos dias 27 a 29); e Bangui (República Centro-Africana, nos dias 29 e 30).
Apenas dois meses após a visita que o pontífice fará a Cuba e aos EUA em setembro, a viajem ao continente africano pode ser o palco de alguns momentos dramáticos – especialmente na República Centro-Africana, que tem experimentado conflitos sectários e sangrentos recorrentes na última década.
Balvo, núncio apostólico no Quênia e Sudão do Sul, falou sobre a viagem numa entrevista exclusiva na semana passada à Catholic News Agency for Africa, novo serviço noticioso independente focado na cobertura de novidades católicas deste continente.
O arcebispo falou mais especificamente sobre a parte queniana da viagem, dizendo que Francisco deverá celebrar uma missa pública em Nairóbi e se encontrar com os sacerdotes, religiosos e religiosas da região. O pontífice, segundo Balvo, provavelmente visitará os escritórios locais da ONU e uma favela na região periférica da cidade.
As favelas de Nairóbi são conhecidas por sua natureza expansiva e permanente, com uma delas – chamada Kibera – abrigando uma população estimada em centenas de milhares.
Balvo acha que o papa quer realizar estas visitas particularmente “por causa da situação política na República Centro-Africana, das agitações populares graves que estão ocorrendo no país, da violência, coisas que lhe preocupam constantemente”.
“Este tipo de problemática – migrantes, imigrantes, lugares onde há alguma agitação social – são motivos de preocupação especial para ele”, continuou o religioso. “Como podemos lembrar, a primeira viagem para fora de Roma que ele fez foi para a pequena ilha de Lampedusa, onde muitos dos migrantes, usando barcos em ruínas que deixam a costa norte africana, frequentemente acabam chegando”.
Balvo revelou também o tema que os bispos quenianos deram à visita de Francisco ao seu país: “Permanecer fortes na fé”. O arcebispo informa que não tem certeza sobre como os bispos irão gerir o elevado número de pessoas esperado para os eventos papais. Falou também que, aos moradores de áreas rurais, o único acesso aas eventos poderá ser via rádio.
“Tenho a informação de que os bispos locais escolheram como tema: ‘Permanecer fortes na fé’, e acho que, quando o Santo Padre vier, uma das tarefas que Jesus deu a São Pedro (...) foi a de fortalecer os irmãos na fé”, afirma Balvo.
“Creio que o Santo Padre quer fazer isso, quer fortalecer os seus irmãos e irmãs na fé; acho que ele quer fazer de sua presença aqui algo que incentive as pessoas a viverem a fé não só interiormente em suas vidas de oração, mas também em suas vidas influenciando a sociedade de tal forma que a sociedade do Quênia também possa ficar ainda mais permeada com os valores do evangelho”, disse ele.
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Núncio apostólico revela detalhes e datas da viagem de Francisco à África em novembro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU