Imprensa estadunidense ataca “o Papa que quer uma rebelião contra o capitalismo”

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Por: André | 27 Julho 2015

O Papa Francisco está fomentando a desobediência social, levando a uma rebelião das massas contra os superricos capitalistas, diz o jornalista norte-americano Paul Farrell. Em seu artigo para o sítio Market Watch o colunista analisa o discurso do Sumo Pontífice na Bolívia, em 09 de julho passado.

A reportagem é publicada por Religión Digital, 23-07-2015. A tradução é de André Langer.

“A recente viagem de Francisco à América do Sul revelou uma clara mensagem socialista e anticapitalista que incita a uma mudança estrutural da economia global que atenta contra o projeto de Jesus”, escreve Farrell.

Esta conclusão do jornalista baseia-se nos argumentos do Papa apresentados na sequência.

Terra, teto e trabalho são “direitos sagrados”

Todas as pessoas têm o direito concedido por Deus a um trabalho, à posse da terra e a uma moradia, de acordo com provavelmente a mais audaciosa declaração do Papa Francisco.

Evidentemente, não são promessas nem objetivos dos sistemas econômicos atuais dos Estados Unidos e de outras partes do mundo.

Também não estão dentro do ensinamento tradicional da Igreja católica, que, embora defenda um trabalho digno, não o declara um direito concedido por Deus, assinala o jornalista.

As pessoas, e não os lucros, devem ser o foco da economia global
 
Chamando o capitalismo desenfreado de “sutil ditadura” e “esterco do diabo”, Francisco sustenta que quando reina “a ambição desenfreada do dinheiro”, o “serviço para o bem comum fica relegado a um segundo plano”.

“Digamos ‘Não’ a uma economia da exclusão e da desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Essa economia mata. Essa economia exclui. Essa economia destrói a Mãe Terra”, disse o Papa Francisco.

Milhares de milhões já não podem esperar pelas mudanças

Referindo-se às injustiças econômicas o Papa disse que “o tempo parece exaurir-se; já não nos contentamos com lutar entre nós, mas chegamos até a assanhar-nos contra a nossa casa”.

O Papa mobiliza as pessoas: “Digamos sem medo: queremos uma mudança, uma mudança real, uma mudança de estruturas”.

A mudança vem de baixo

O Papa destacou que as mudanças estruturais não virão “porque se impôs esta ou aquela opção política”.

As mudanças de baixo para cima funcionam, disse, porque viver “cada dia, imersos na crueza da tormenta humana” comove e move.

Obrigação moral, um mandamento

“A justa distribuição dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral. Para os cristãos, o encargo é ainda mais forte: é um mandamento. Trata-se de devolver aos pobres e às pessoas o que lhes pertence”, recorda Francisco.