Três cenários para a crise política que Alexis Tsipras enfrenta

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17 Julho 2015

Depois de ganhar, graças ao apoio de uma parte da oposição, uma votação crítica no Parlamento grego –imposta pelos parceiros da União Europeia para começar a negociar um novo resgate—, o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, se prepara para reformar seu Governo, segundo alguns meios de comunicação locais. O voto contra de uma facção do Syriza — 32 deputados rejeitaram o acordo, 6 se abstiveram e 1 não assistiu à votação — tira de seu grupo parlamentar (formado pelas 149 cadeiras do Syriza e as 13 do ANEL, seu parceiro de coalizão) a maioria absoluta na Câmara, o que complicará a tramitação das leis que se originem do terceiro resgate.

A reportagem é de María A. Sánchez-Vallejo, publicada por El País, 16-07-2015.

“O resultado da votação mostra um grave racha na unidade do grupo parlamentar do Syriza”, admitiu nesta madrugada o porta-voz do Executivo, Gavriil Sakelaridis.

Sendo assim, os cenários possíveis que se abrem na Grécia são os seguintes:

1. Reforma do Governo

Substituição dos ministros rebeldes, que votaram contra o acordo, alguns dos quais, além disso, manifestaram que não têm intenção de se demitir. Além da renúncia dos número 2 das Finanças, Nadia Valavani, e do Exterior, Nikos Juntís, nos últimos dias, Tsipras poderá substituir Panayotis Lafazanis, ministro da Reconstrução Produtiva e da Energia e líder da influente Plataforma de Esquerda – a ala radical do partido, contrária ao acordo —, o número dois da Defesa, Kostas Ysichos, e o vice-ministro da Segurança Social, Dimitris Stratoulis. Os três votaram na madrugada desta quinta-feira contra o acordo com os parceiros da União Europeia.

2. Possível Governo de unidade nacional

É uma hipótese que tem sido muito considerada nos últimos dias, mas o apoio unânime e sem rachaduras a Tsipras do parceiro de coalizão, Gregos Independentes (ANEL na sigla em grega), cujos 13 deputados votaram a favor do Governo e cujo líder, Panos Kamenos, reiterou na quarta-feira seu apoio incondicional ao primeiro-ministro, parece afastar essa eventualidade. Além disso, o principal partido da oposição pró-europeia, o liberal To Potami (17 cadeiras), exclui a possibilidade de participar de uma coalizão de governo.

3. Convocação de eleições antecipadas

Embora o próprio Tsipras tenha descartado uma antecipação eleitoral, pelo menos até que se encerre o acordo para o terceiro resgate – no mínimo dentro de um mês —, muitos em Atenas acreditam que haverá eleições no outono (primavera no hemisfério sul), uma oportunidade para o primeiro-ministro concorrer nas urnas com a lista partidária expurgadas dos membros mais radicais do Syriza. Segundo as últimas pesquisas, realizadas já com o corralito (a retenção de depósitos bancários) em vigência, o Syriza lidera todas as intenções de voto, com porcentagens similares às que obteve nas eleições de janeiro.