'Não existe pureza ideológica em tempos de crise', diz Tsipras ao explicar acordo

Mais Lidos

  • Cristo Rei ou Cristo servidor? Comentário de Adroaldo Palaoro

    LER MAIS
  • Dois projetos de poder, dois destinos para a República: a urgência de uma escolha civilizatória. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • “Apenas uma fração da humanidade é responsável pelas mudanças climáticas”. Entrevista com Eliane Brum

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

15 Julho 2015


Durante entrevista concedida à TV pública da Grécia nesta terça-feira (17/07), o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou que “não existe a segurança da pureza ideológica em tempos de crise” e ressaltou que “os que pensam que podem julgar estão iludidos”.

O premiê destacou que foram cinco meses de “decisões críticas” e que “lutou tanto quanto foi possível”. “Não vou permitir que falem que não respeitei os princípios da esquerda ou dos movimentos de nosso país”, afirmou.

A reportagem é de Vanessa Martina Silva, publicada por Opera Mundi, 14-07-2015.

Durante toda a entrevista, Tsipras deixou transparecer a dificuldade de aprovar o acordo de resgate e disse não ter encontrado apoio internacional. “Fui à Rússia, à China e aos Estados Unidos e ninguém disse que iria me apoiar. Não havia outras opções”, ressaltou.

Com relação ao ex-ministro da Economia Yanus Varoufaxis, que renunciou ao cargo após a vitória do “não” no referendo realizado no início do mês, Tsipras disse que eles mantêm uma boa relação e que o economista foi fundamental nas negociações, mas ponderou: “Ser um excelente acadêmico não faz necessariamente de você um bom político. É um economista brilhante e eu assumo as responsabilidades por seus erros”.

Com relação à posição que será adotada pelo partido antiausteridade de Tsipras, o esquerdista Syriza, diante de um possível racha na votação do acordo que será votado amanhã, o premiê cravou: “sou primeiro-ministro, não um ditador. Respeito a postura de cada deputado. Cada um votará de acordo com suas responsabilidades” e eliminou a possibilidade de expulsar os deputados que votarem contra o acordo: “a cultura do Syriza é baseada no diálogo”.

Da mesma forma, reafirmou que a sessão de amanhã será presidida pela presidente da casa, a deputada, Zoe Konstantoupoulo, que já se posicionou contra as medidas, mas disse que ao contrário do que fora cogitado, não irá renunciar.

“Um capitão, ainda que esteja em um mau caminho, a pior coisa que pode fazer é deixar o barco”, concluiu Tsipras ao justificar sua postura e ressaltar que não irá renunciar ou fugir das responsabilidades de primeiro-ministro.