Por: Jonas | 04 Mai 2015
O superior jesuíta do Nepal, padre Boniface Tigga, solicitou ajuda para atender as pessoas refugiadas nos colégios e dependências que a ordem tem no país asiático. Em uma comunicação enviada para toda Companhia de Jesus, conta como 39 dos 75 distritos do Nepal sofreram gravíssimos danos.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 30-04-2015. A tradução é do Cepat.
Além disso, menciona que os números oficiais de mortos continuarão aumentando. “O subdesenvolvido sistema de comunicações do Nepal, e a falta de coordenação do governo, é tal que nunca se informará de muitas mortes”.
Relatou como, ao terremoto de 7,8 graus na escala de Richter, seguiram outros, como um de 6,6, no domingo, e outro também muito intenso na segunda-feira pela manhã. O padre Boniface informou que na capital se fala que muitos povoados que ficam localizados nas ladeiras montanhosas ficaram devastados. Disse que os hospitais estão cheios, as estradas de entrada e saída de Katmandu estão bloqueadas, e as equipes de resgate tentam caminhos montanhosos para chegar aos mais necessitados. As comunidades locais, que não foram atingidas, ajudam nas operações de resgate.
“A Companhia de Jesus no Nepal respondeu com rapidez a esta terrível tragédia. O St. Xavier’s College chegou até duas aldeias distantes, do distrito de Dhanding, levando para seus habitantes lonas sob as quais dormir e alimentos básicos. Há mais material sendo distribuído no distrito de Kavre. Muitas estradas estão bloqueadas, razão pela qual é difícil chegar a muitos lugares. Esperamos chegar a alguns povos aos quais ainda não chegou ajuda até agora”, conta o superior jesuíta.
Diz também sobre como foi dada cobertura às avalanches no campo base do Everest, porque os estrangeiros puderam enviar notícias e imagens pelas redes sociais, mas que os que mais têm sofrido são pobres das regiões rurais dos distritos que rodeavam o epicentro do terremoto.
Destacou que os jesuítas do Nepal, junto a outras comunidades religiosas do Vicariato do Nepal, tiveram sorte ao não sofrer nenhuma perda de vidas ou lesões graves. Houve algum dano nos edifícios. “Quando o risco de novos tremores tiver passado, avaliaremos a situação para garantir a segurança daqueles a quem ensinamos e servimos. Os colégios e a universidade de St. Xavier e o colégio de St. Mary abriram suas instalações para qualquer pessoa que procure refúgio”.
Junto à comunicação do superior jesuíta, o padre Agustín Amakkat, diretor do Colégio St. Xavier de Katmandu, enviou uma breve mensagem: “Queridos irmãos, muito obrigado por seu apoio na oração. Recebemos muitíssimas ligações e mensagens eletrônicas da Índia. Muito obrigado. Estou certo que todos estão recebendo a ampla cobertura de notícias do que ocorreu no Nepal. Só quero que saibam que todos os missionários estão bem. Todas as nossas casas e instituições também estão bem”.
“Estávamos realizando um vestibular quando ocorreu o tremor e para os pais que estavam esperando seus filhos foi um pesadelo. Todos foram retirados sem nenhuma lesão. Acabo de retornar de uma aldeia distante, após entregar algo de comida e tendas. O padre Vijay foi a outro distrito para fazer o mesmo. São tantas as pessoas atingidas pelo terremoto que não se saber por onde começar e como se mover. No momento, vários grupos estão tentando chegar a maior quantidade de pessoas possível com material para refúgio e comida, mas isto ocorre, sobretudo, em Katmandu. Ao que parece, o governo está bastante desorganizado e confuso em relação a como chegar às pessoas atingidas. Esperemos que alguns grupos cheguem até as aldeias”.
“Enquanto retornava da aldeia, vi milhares de pessoas que abandonavam o vale de Katmandu em caminhões, ônibus, jipes, alguns, inclusive, caminhando. Isto explica o medo que as pessoas têm de permanecer em Katmandu. Os tremores parecem ter diminuído. Não tivemos nenhum nas últimas cinco horas. As pessoas continuam ao ar livre. Todas as nossas instituições abriram suas instalações ao público. Por favor, continuem rezando pelo povo do Nepal e roguem para que estes tremores acabem de uma vez por todas”.
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Jesuítas do Nepal: “São tantas as pessoas atingidas pelo terremoto que não se sabe por onde começar” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU