Por: Cesar Sanson | 17 Março 2015
O Senador Eunício de Oliveira colocou sua boiada para acabar com a produção dos Sem Terra: arroz, feijão, milho, mandioca, abóbora, alface, couve, amendoim, gergelim..
A reportagem é publicada pelo portal do MST, 16-03-2015.
Após seis meses de ocupação de parte do Complexo de Fazendas Santa Mônica, no último dia 4 de março, aproximadamente 3 mil famílias ligadas ao MST, que fazem o Acampamento Dom Tomás Balduino, deixaram a área.
Durante o período de estada no local, as famílias produziram uma diversidade de alimentos, cultivados de forma cooperativa e agroecológica, entre os quais arroz, feijão, milho, mandioca, abóbora, alface, couve, amendoim, gergelim, entre vários outros produtos. A produção, resultado do trabalho dos agricultores acampados, cobria mais de 60 hectares do latifúndio do Senador Eunício de Oliveira (PMDB- CE).
Entre os compromissos estabelecidos para a saída das famílias da área, além da instauração do processo de assentamento num prazo de 60 dias, havia a garantia à colheita de todos os alimentos cultivados.
No entanto, apenas uma semana após a saída da área, representantes do Comitê de Apoio e Solidariedade ao Acampamento Dom Tomás Balduíno registraram as lavouras invadidas pelos bois do Senador, que comem os alimentos que proviam e proveriam o sustento dos acampados/as.
As famílias, agora acampadas provisoriamente na área do Centro de Formação Hugo Chaves, na cidade de Corumbá de Goiás, aguardam as Cestas Básicas (outro compromisso estabelecido para a desocupação da área) para garantir sua alimentação imediata.
Em um país ocupado pela soja e outros grãos que alimentam rebanhos do outro lado do mundo, alimentos produzidos em quantidade e qualidade são pisoteados pela injustiça do latifúndio.
Nós, que compomos o Comitê de Apoio e Solidariedade ao Acampamento Dom Tomás Balduino, denunciamos essa ação de injustiça com os trabalhadores/as que lutam pela dignidade do acesso à terra e pela vida plena em direitos.
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Uma semana após despejo, gado pisoteia a lavoura de 3 mil famílias - Instituto Humanitas Unisinos - IHU