11 Março 2015
Com uma média de cerca de 100 mil cópias vendidas, a pouco menos de um ano depois do seu nascimento na Itália, Il mio Papa, a primeira revista semanal do mundo inteiramente dedicada à figura do Papa Francisco – publicada pela Mondadori –, a partir do fim de março também será impressa em outros seis países.
A reportagem é de Caterina Minnucci, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano, 09-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Pedimos ao diretor, Aldo Vitali, que também dirige a revista TV Sorrisi e Canzoni, que nos contasse o segredo desse sucesso.
Eis a entrevista.
Como nasceu a ideia de uma revista semanal dedicada ao pontífice?
Ela nasceu uma noite, passeando com o meu cachorro, Bobo. Eu refleti sobre a enorme força de atração de Francisco sobre crentes e não crentes. Havia quem duvidasse da possibilidade de encher uma revista semanal, mas a realidade é como eu tinha imaginado: o papa é tão ativo que é até quase impossível "cobri-lo" com uma revista semanal.
O que vai mudar com a chegada das edições internacionais do seu "diário semanal"?
A nossa linha editorial, que é a de adesão ao trabalho do papa, não vai mudar. Ela será publicada na Alemanha (com distribuição também na Áustria, Suíça alemã e Liechtenstein), Polônia e Brasil, com atenção particular para a América Central e do Sul.
Como estão as contas da publicação? Ela se autossustenta?
Claro, se autossustenta. Esperamos que as edições internacionais nos ajudem a entrar na segunda fase do nosso projeto: ajudar as organizações sem fins lucrativos e as associações que se ocupam dos mais necessitados.
E o trabalho na sua redação?
Consultamos a agenda do papa e alertamos os nossos jornalistas. As mudanças de leme com Francisco estão na pauta do dia: é imprevisível. Saímos às bancas nas quartas-feiras: sempre contamos a domingo do papa e o Ângelus. Depois, há os nossos serviços sobre os hábitos cotidianos de Francisco. Os leitores gostam muito deles: dos óculos às roupas que ele usa, daquilo que ele come à música que ouve. Contamos sobre a sua paixão pelo futebol. Mas que não se diga que fazemos fofoca vaticanesca.
Que espaço vocês dão às admoestações do Papa Francisco contra os escândalos vaticanos?
Damos voz a Francisco, às suas palavras, e não fazemos sínteses jornalísticas que simplificam os problemas, fazendo com que ele pareça ser, de vez em quando, ou revolucionário ou reacionário (dependendo daquilo que serve à publicação...). Os nossos leitores amam quando ele é duro contra os pedófilos, os negocistas, os mafiosos, os políticos. E nós também.
Diretor, o papa lhe deu, autografando uma cópia, os direitos para um livro seu de orações para ser anexado ao jornal. Que mandato ele está levando adiante?
Para mim, ele é um herói. Dentro do Vaticano, há quem não goste dele, por causa da vontade de trazer a Igreja de volta ao seu verdadeiro mandato: a atenção pelos últimos. Ele desaprova os aspectos mundanos da Cúria. A sua força vem do povo que o apoia.
O pontífice é fã de vocês?
Ele conhece bem o jornal. A última vez que estive com ele, nós lhe damos três números anteriores que faltavam para a sua coleção. O único comentário que ele me fez: "De vez em quando, vocês me tratam como uma prima donna [principal voz feminina de uma ópera]".
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Uma revista inteira para Francisco, publicada em seis países - Instituto Humanitas Unisinos - IHU