10 Fevereiro 2015
A comissão vaticana para a tutela dos menores, reunida de sexta a domingo no Vaticano pela primeira vez com sua formação completa, “está plenamente consciente que o tema da responsabilidade é de máxima importância”: é o que se lê num comunicado, datado de ontem e divulgado hoje na sala de imprensa da Santa Sé, depois que os membros do organismo criado por Papa Francisco em dezembro de 2013 e guiado pelo Cardeal de Boston Sean O’Malley haviam explicado, no andamento de um briefing que se realizou no sábado, que nas reuniões surgiu a exigência de individualizar sanções para os bispos que encaram com negligência, ou de certa forma enrolando, as acusações de pedofilia direcionadas aos padres da própria diocese. Uma proposta inicial foi colocada às considerações do Papa.
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 09-02-2015. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.
O encontro realizado há alguns dias “foi a primeira oportunidade para todos os 17 membros da comissão recentemente integrada para se reunir e dividir os progressos e os trabalhos a eles confiados pelo Santo Padre, ou seja, aconselhar Papa Francisco na proteção dos menores na Igreja”.
Estavam presentes à reunião além de O’Malley e o novo secretário, Robert Oliver, os membros nomeados desde o início e os que foram acrescentados, para representar todos os continentes e sensibilidades, no último mês de dezembro: Luis Manuel Ali Herrera (Colômbia), Catherine Bonnet (França), Marie Collins (Irlanda), Gabriel Dy-Liacco (Filipinas), Sheila Hollins (Inglaterra), Bill Kilgallon (Nova Zelândia), Kayula Lesa (Zâmbia), Hermenegild Makoro (Zimbábue), Kathleen McComack (Austrália), Claudio Papale (Itália), Peter Saunders (Inglaterra), Hanna Suchocka (Polônia), Krysten Winter-Green (Estados Unidos), Humberto Miguel Yanez (Argentina) e Hans Zollner (Alemanha).
“Durante o andamento do encontro – explica a nota – os membros apresentaram os trabalhos dos seus grupos de trabalho, de especialistas, elaborados em 2014. A comissão completou suas recomendações com relação a estrutura formal da comissão e aprovou diversas propostas a serem submetidas à consideração do Santo Padre. Os grupos de trabalho – especifica a nota – são parte integrante da estrutura de trabalho da comissão.
Entre uma sessão plenária e outra, estes grupos de trabalho continuam a pesquisa e os projetos em âmbitos centrais para a missão de tornar a Igreja um local seguro para as crianças, os adolescentes e os adultos vulneráveis. Isso inclui: a cura pastoral para os sobreviventes e suas famílias, a educação, as linhas guias sobre práticas melhores, a formação do sacerdócio e à vida religiosa, as normas eclesiásticas e civis que regulamentam as denúncias de abuso e a responsabilidade (accountability, ndt) das pessoas em posição de responsabilidade na Igreja para enfrentar as denúncias de abuso. A comissão – ressalta a nota – é plenamente consciente que o tema da responsabilidade é de extrema importância. Na sua assembleia plenária, os membros acordoram em submeter à atenção do Papa uma proposta inicial. A comissão, por outro lado, está desenvolvendo processos para garantir a responsabilidade (accountability, ndt) para todos na Igreja – padres, religiosos, leigos – que trabalham com os menores”.
“Na sequencia da carta do Santo Padre aos presidentes das conferencias episcopais e aos superiores dos institutos da vida consagrada e às sociedades de vida apostólica, assinada em 02 de fevereiro – continua a nota – a comissão espera colaborar com as igrejas a nível local para tornar o próprio expertise disponível para garantir as melhores práticas nas linhas guia para a proteção dos menores. A comissão está preparando também os materiais para um dia de oração para todos aqueles que sofreram abusos sexuais. Isso irá ressaltar a nossa responsabilidade de trabalhar para a cura espiritual e ajudará a aumentar a conscientização da comunidade católica sobre a calamidade representada pelo abuso aos menores.
Papa Francisco – conclui a nota – escreveu na sua carta aos líderes da Igreja que “as famílias devem saber que a Igreja não economiza esforços para tutelar seus filhos”. Conscientes da gravidade do nosso trabalho para aconselhar o Santo Padre neste esforço, pedimos que mantenham o nosso trabalho com a oração”.
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Pedofilia, para o Papa a proposta sobre a responsabilidade dos bispos - Instituto Humanitas Unisinos - IHU