04 Dezembro 2014
Há uma bela história – na verdade, mais histórias – sobre o Papa Francisco e Santa Teresa de Lisieux, na fronteira entre o natural e o sobrenatural, contada por Austen Ivereigh no seu livro Tempo de misericórdia, e cujo protagonista é sempre uma rosa branca.
A nota é de Marco Tosatti, publicada no blog San Pietro e Dintorni, 03-12-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O Papa Bergoglio é devoto dessa santa (na famosa maleta que levou na viagem havia, além do breviário e do diário, um livro sobre Teresa). Quando se tornou arcebispo de Buenos Aires, pôs sobre a escrivaninha, junto com imagens de São José e da Virgem, uma da santa.
Escreve Ivereigh: "Bergoglio tinha uma intensa devoção pela santa carmelita Teresa e era um íntimo das Irmãs Carmelitas de Buenos Aires, no poder de cuja oração tinha grande confiança".
Nas suas viagens para Roma, o arcebispo muitas vezes parava para rezar em uma igrejinha franciscana perto do Vaticano, chamada de "La Nunziatina", na frente da estátua de Santa Teresa.
"Quando eu tenho um problema – Ivereigh cita a biografia de Rubin e Ambrogetti –, peço à santa não para resolvê-lo, mas para tomá-lo nas mãos e me ajudar a aceitá-lo, e como sinal eu quase sempre recebo uma rosa branca."
Ivereigh conta, que uma vez, na porta da sacristia, uma mulher desconhecida havia lhe entregado três rosas brancas, depois de ter confiado um problema para a santa.
"Os seus colaboradores dizem que isso acontecia muitas vezes. Bergoglio geralmente encontrava uma rosa branca em cima da escrivaninha, que havia sido deixado na porta para ele por uma pessoa desconhecida, e dizia: 'Ah, vejo que Santa Teresita esteve aqui'".
Um dia, quando ele tinha que fazer algo de muito cansativo fisicamente, na festa de San Cayetano, e mal conseguia caminhar, em certo ponto do percurso, estava prestes a desistir, quando apareceu diante dele um homem muito alto, que segurava a mão sob a capa como Napoleão. Depois, com um movimento muito rápido, tirou a mão e ofereceu uma rosa branca para Bergoglio, que o abençoou. "Eu estava indo acompanhar Bergoglio até o carro – conta o seu colaborador – quando ele me disse: 'Não, não, você não entende? Essa é a mensagem que eu esperava. Agora tudo vai ficar bem'. Ele me deu a rosa e, naquele momento, levantei os olhos para ver o homem, mas ele tinha desaparecido'".
O cardeal acrescenta: "É a presença da Santa Teresita. Diga ao nosso motorista para esperar no campo de futebol do Vélez. Vamos conseguir".
Uma presença que, segundo Ivereigh, continuou em Santa Marta, a residência dos cardeais reunidos no conclave. No dia 12 de março de 2013, quando todos os eleitores tomaram posse dos seus quartos, o cardeal Bergoglio entrou no seu, o 207, e encontrou sobre a cama uma rosa branca. Ivereigh afirma que "Francisco falou da rosa a um amigo argentino".
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O papa, o conclave e a rosa branca - Instituto Humanitas Unisinos - IHU