Disputa entre Marina e Dilma divide família de Chico Mendes

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Por: Cesar Sanson | 03 Setembro 2014

Viúva e dois filhos apoiam aliada do líder seringueiro, mas primogênita faz campanha para PT. Ativista estaria do lado de Marina, afirma viúva; filha dele diz que 'falta concretude' para a candidata do PSB.

A reportagem é de Patrícia Britto, Fabiano Maisonnave e Fábio Pontes e publicada por Folha de S.Paulo, 03-09-2014.

A candidatura de Marina Silva (PSB) à Presidência provocou uma cisão na família do ambientalista Chico Mendes.

De um lado, a viúva e dois filhos apoiam a companheira do líder seringueiro nas disputas fundiárias no interior do Acre. Mas a primogênita faz campanha pela presidente Dilma Rousseff (PT), do partido que ele ajudou a fundar e a dirigir no Estado.

O ativista assassinado em 1988 era próximo de Luiz Inácio Lula da Silva, principal cabo eleitoral de Dilma, mas também foi amigo e um dos responsáveis por levar para a política a ex-seringueira Marina, hoje principal adversária da reeleição de Dilma.

Para a viúva Ilzamar Mendes, 50, a ex-ministra do Meio Ambiente é quem melhor representa os ideais do ativismo de Chico Mendes. Diz que, se estivesse vivo, "ele não só votaria como estaria do lado de Marina". Foi por meio do marido que ela conheceu Marina --que, como Chico, começou a vida ajudando a família no trabalho num seringal.

A viúva diz que, nos sete anos de casamento com Chico, recebia com frequência Marina em sua casa, em Xapuri, a 183 km de Rio Branco.

"Marina está nos defendendo. Uma acriana, negra, uma mulher que tem um passado íntegro, de luta em defesa do ambiente, dos seringueiros", afirma Ilzamar, que se declara "cabo eleitoral natural" de Marina.

A ex-ministra também foi a primeira opção de Ilzamar em 2010, quando disputou a Presidência pelo PV. No segundo turno, a viúva optou por José Serra (PSDB).

Ilzamar recebe pensão vitalícia de R$ 3.000, paga pela União. Em 2008, a Comissão da Verdade anistiou Chico Mendes, enquadrado em 1981 na Lei de Segurança Nacional, e a família teve uma indenização de R$ 337,8 mil.

Do outro lado da campanha está Ângela Maria Mendes, 44, filha do primeiro casamento de Chico. Ela, que afirma ter votado em Marina em 2010 e assinado a lista em apoio à criação da Rede, partido que Marina tentou criar, hoje declara voto em Dilma.

Ângela alega haver "falta de concretude" nas propostas da ex-ministra. "Tudo me parece muito abstrato em relação à candidatura da Marina." "Essa utopia da Marina, acho muito bacana você querer mudar o mundo. Mas isso a gente constrói a partir de coisas concretas", afirma.

A primogênita de Chico Mendes diz que se identificou com o PT quando começou a buscar mais informações sobre a história de seu pai.

Em 2011, decidiu se filiar à sigla --desde então, é assessora do senador Anibal Diniz (PT-AC) e, há um ano, assumiu a Secretaria de Meio Ambiente do partido no Estado.

Apesar de revelarem suas preferências, familiares de Chico ainda não apareceram em propagandas partidárias.

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