Por: Caroline | 15 Agosto 2014
“No mundo sofre-se com uma profunda dessacralização. No Paraguai isto tem forma da Teologia da Libertação, mas suas devastadoras ideias tiveram origem em aceitações anteriores. Ideias e percepções que conseguiram alterar o paradigma original da relação do homem com Deus, que era de filial correspondência” é o que escreve Rogelio Livieres (foto), bispo de Ciudad del Este, Paraguai, em carta aberta. A carta é publicada por Religión Digital, 14-08-2014. A tradução é do Cepat.
Fonte: http://goo.gl/y06wwE |
Eis a carta.
Nós, Bispos e Sacerdotes, não apenas somos testemunhas de profundas mudanças, mas atores comprometidos nesses processos de transformação que afetam diferentes ambientes de nossa Igreja. E, como já ocorreu muitas vezes através de tantas épocas e lugares, a atual crise da Igreja também reside na ferida Eucarística, na irreverência e na falta de cuidado no trato com Jesus Eucaristia.
No mundo sofre-se com uma profunda dessacralização. No Paraguai isto tem forma da Teologia da Libertação, mas suas devastadoras ideias tiveram origem em aceitações anteriores. Ideias e percepções que conseguiram alterar o paradigma original da relação do homem com Deus, que era de filial correspondência.
Pretendia a substituição do sobrenatural pelo natural, da Verdade que nos torna livres por uma falsa libertação socioeconômica, como se esta pudesse se tornar efetiva sem sacudir previamente a escravidão do pecado. Uma catástrofe que substituiu Deus e elege o homem como falso criador de um mundo que se confronta cada vez mais com as coisas sagradas.
Agora, depois de anos de constantes insinuações, a crise (os problemas) na Igreja se tornam mais visíveis. Uma crise (problemas) que não poderão se resolver através de um consenso generalizado sobre um acúmulo de ideias, nascidas justamente em um âmbito de crescente perda de respeito ao mais sagrado, a Eucaristia. Por isso é necessário voltar a um dos conceitos fundamentais deste Sacramento, definido pelo Concilio Vaticano II como “...sinal de unidade...” (SC47).
O Catecismo nos lembra de que a “comunhão de vida divina e a unidade do Povo de Deus, sobre os quais a própria Igreja subsite, se significam adequadamente e se realizam de maneira admirável na Eucaristia” (1325). A comunhão se encontra neste Sacramento e não em frágeis acordos sobre ideias.
A comunhão na Igreja deve ser buscada e encontrada neste signo exaltado de unidade na Eucaristia. Contudo, temos percorrido o caminho inverso, cometendo injustiças graves, “feridas eucarísticas”.
Deixemos de maltratar a Deus em nossa própria Igreja. Temos que advertir sobre as graves consequências de receber a Eucaristia em situações de imoralidade na mão, propiciando o roubo do Santo dos Santos. Se continuarmos assim, perderemos a fé católica na presença real de Jesus na Eucaristia.
Muitos na Igreja são indiferentes em seu tratamento com Jesus Eucaristia. Não podemos tomar como bons, abusos que são em si destrutivos. Não devemos continuar em silêncio: elevemos nossas vozes e defendamos o mais divino e concreto nesta terra.
Não esqueçamos as advertências de Deus dadas por meio de seu Profeta e sobre as quais temos responsabilidades sobre o povo: “Quanto a ti, filho do homem, eu te coloquei como sentinela para a casa de Israel. Logo que ouvires alguma palavra de minha boca, tu os advertirás de minha parte. Se eu disser ao ímpio que ele deve morrer e não lhe falares a respeito de sua conduta, o ímpio morrerá por sua própria culpa, mas eu te pedirei contas do seu sangue. Mas se tiveres advertido o ímpio a respeito de sua conduta para que e mude e ele não mudar, o ímpio morrerá por própria culpa, mas tu salvarás a vida”. (Ez. 33: 7-9).
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“Paraguai sofreu a dessacralização sob a Teologia da Libertação” diz Dom Rogelio Livieres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU