Encontro entre os líderes religiosos? Será em Santa Marta, a verdadeira casa de Bergoglio

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28 Mai 2014

No seu primeiro dia de viagem, antes de rezar às margens do Jordão – um momento solitário que o "comoveu", como no dia 25 na oração em Belém na gruta da Natividade –, Francisco explicava que a paz é construída "artesanalmente", através de "gestos de humildade, de fraternidade, de perdão, de reconciliação", aquelas ações cotidianas que "são premissa e condição para uma paz verdadeira, sólida e duradoura". Não que o "encontro de oração" proposto a Peres e Abu Mazen seja um gesto cotidiano, mas o espírito e o estilo em que o papa o dirigiu dizem tudo: "Ofereço a minha casa no Vaticano".

A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 26-05-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O papa e a Santa Sé estavam trabalhando nisso há algum tempo, informa-se do outro lado do Tibre, e o jornal israelense Haaretz escreve que, ainda na semana passada, o núncio apostólico em Israel, Dom Giuseppe Lazzarotto, pedira para ser recebido por Peres para entregar-lhe uma "carta pessoal" do pontífice. Diz-se que também tiveram o seu papel o amigos argentinos da comitiva papal, o rabino Abraham Skorka e o expoente muçulmano Omar Abboud.

Os detalhes ainda devem ser definidos. Mas ganha destaque a hipótese de que o encontro possa ocorrer naquela que é a verdadeira "casa" do papa, o lar que ele escolheu desde a eleição, renunciando ao Apartamento apostólico: a Casa Santa Marta, o hotel vaticano onde Bergoglio recebe os seus amigos. Quando ele fala de "casa", Francisco pensa na Domus que lhe permite evitar o "funil ao contrário" do Palácio e levar uma vida "comunitária".

Tudo depende, no fundo, de como se definirão os detalhes. Na comitiva papal, explicam que se trata de ver se a presença das partes israelense e palestina será restrita ou não. Quando o papa convocou um dia de oração e jejum pela paz na Síria, no dia 7 de setembro, ele foi organizado em São Pedro, mas o evento teve uma "dimensão comunitária" e, embora dirigido a todas as pessoas, reunia na praça quase apenas fiéis católicos.

Se prevalecesse a oficialidade, poderia voltar a ser útil o Palácio Apostólico, como costuma ser nesses casos. Mas a escolha de Santa Marta daria ao encontro aquela dimensão que, no fundo, o próprio papa evocava no dia 25, lembrando aos presidentes que "todos desejamos a paz" e "muitas pessoas a constroem todos os dias com pequenos gestos: muitos sofrem e suportam pacientemente a fadiga de muitas tentativas para construí-la; e todos – especialmente aqueles que estão a serviço dos seus povos – temos o dever de nos tornar instrumentos e construtores de paz, acima de tudo na oração".