Por: Jonas | 06 Mai 2014
A colaboração com a sociedade civil, a evangelização em um país ainda dividido e a formação do futuro clero foram os temas centrais do discurso que o Santo Padre entregou aos bispos da Conferência Episcopal de Burundi, que encerraram sua visita “ad Limina”.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 05-05-2014. A tradução é do Cepat.
O Santo Padre recorda que a colaboração entre a Santa Sé e a República do Burundi, estabelecida no Acordo Marco, assinado em novembro de 2012 e em vigor desde fevereiro, promete “um rico futuro para o anúncio do Evangelho” e anima aos bispos a ocupar, como já fazem, “o lugar que lhes corresponde no diálogo social e político, e a se encontrar, sem vacilações, com o governo. As pessoas responsáveis da autoridade são as primeiras que necessitam do testemunho de fé e do anúncio corajoso dos valores cristãos de vocês para que, conhecendo melhor a Doutrina Social da Igreja, apreciem seu valor e se inspirem nela na administração das matérias públicas”.
Burundi, em um passado ainda próximo, conheceu enfrentamentos terríveis que ainda repercutem na unidade do povo e deixaram feridas ainda não cicatrizadas. “Apenas uma verdadeira conversão dos corações ao Evangelho – escreve – pode inclinar os homens ao amor fraternal e ao perdão, porque na medida em que Deus consegue reinar entre nós, a vida social será espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para todos. A evangelização em profundidade de seu povo continua sendo a preocupação primordial para se conquistar uma verdadeira reconciliação”.
Se os primeiros a viver a autenticidade desta conversão são, naturalmente, os sacerdotes, é preciso que os futuros presbíteros, “além da indispensável formação intelectual, recebam também uma sólida formação espiritual, humana e pastoral. Estes são os quatro pilares da formação! Porque é com a sua vida, em suas relações cotidianas, que levarão o Evangelho a todos. No ministério sacerdotal não deve haver um predomínio do administrativo sobre o pastoral, bem como uma sacramentalização sem outras formas de evangelização”.
Francisco destaca o admirável trabalho das congregações religiosas na educação, os hospitais e a ajuda aos refugiados e recorda aos prelados que as muitas comunidades novas que são formadas necessitam do “discernimento atento e prudente de vocês para garantir uma sólida formação a seus membros e para acompanhar a evolução a que são chamadas a viver pelo bem de toda a Igreja”.
“A história recente do país de vocês – conclui – foi difícil e se viu atravessada pela divisão e a violência em um contexto de pobreza extrema, que infelizmente perdura. Apesar disso, os valorosos esforços de evangelização que vocês desempenham no ministério pastoral dão muitos frutos de conversão e reconciliação. Convido-lhes a não desfalecer na esperança, mas a prosseguir com coragem, com um renovado espírito missionário para levar a Boa Nova a todos os que ainda estão esperando ou que mais a necessitam para que conheçam, por fim, a misericórdia do Senhor”.
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“No sacerdócio deve predominar o pastoral sobre o administrativo”, afirma Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU