Francisco e o ''New Deal'' da Cúria vaticana

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06 Mai 2014

A reforma da Cúria é um "desafio notável (...) não será simples (...) requer coragem e determinação (...) fidelidade e prudência". Dos próprios lábios do pontífice argentino vem a confirmação das dificuldades e das resistências que o seu projeto de remodelação da Cúria está encontrando.

A reportagem é de Marco Politi, publicada no jornal Il Fatto Quotidiano, 03-05-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Francisco disse isso ao se encontrar com os membros do novo Conselho para a Economia, encarregado de reestruturar as finanças vaticanas e liderado pelo cardeal alemão Reinhard Marx.

Não houve descanso para o papa. Logo depois da canonização de João XXIII e de João Paulo II, ele mergulhou em um turbilhão de reuniões com os novos organismos criados por ele. Por três dias, de 28 a 30 de abril, ele acompanhou os trabalhos do Conselho dos Cardeais, que está estudando o novo estatuto do governo central da Igreja. Francisco gostaria de uma estrutura menos "estatal" e mais conexão com os episcopados.

Mas reformar um organismo formado ao longo dos séculos a serviço de um papado monárquico é difícil. Ainda mais diante das resistências internas, denunciadas recentemente pelo coordenador cardeal Maradiaga. "O papa – disse o purpurado hondurenho falando no início de abril em um encontro com os padres provinciais franciscanos na Flórida –, como São Francisco, está tentando construir um novo modo de ser Igreja", mas há problemas.

Há a sua popularidade, que "está fazendo prosélitos, mas devemos estar prontos para a oposição surda não só na velha Cúria, mas também por parte daqueles que não querem perder seus privilégios". Para Francisco, a reforma da Cúria foi projetada para "melhor servir a Igreja e a missão de Pedro", e isso significa – destaca o pontífice – que uma "nova mentalidade de serviço evangélico deveria se estabelecer nas várias administrações da Santa Sé".

Em uma sucessão de reuniões, o papa encontrou-se com o Conselho para a Economia, a comissão para a reestruturação econômica do Vaticano e a comissão para a reforma do Instituto para as Obras de Religião (IOR). Esta última elaborou uma série de propostas para modificar a fisionomia do IOR, de modo a privilegiar não o papel de "banco", mas sim de órgão financeiro orientado a apoiar a ação religiosa, caritativa e evangelizadora da Igreja no mundo.

O papa está bastante cansado. Nas recentes cerimônias pascais e na dupla canonização, ele foi novamente atacado por uma intensa dor ciática, como nos tempos do conclave.

Enquanto isso, também se reuniu, pela primeira vez, a comissão contra os abusos.