Por: Caroline | 31 Março 2014
A morte de um oficial e de um integrante de uma patrulha policial gerou a repulsa por parte do governo, dos militares e das Nações Unidas. Contudo o chefe das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) declarou que, se necessário, os acusados serão julgados no âmbito da guerrilha.
A reportagem é publicada por Página/12, 28-03-2014. A tradução é do Cepat.
Fonte:http://goo.gl/iGkK8a |
O chefe máximo das FARC, Timoleón Jiménez Timochenko (foto), assegurou que os guerrilheiros acusados de assassinar dois policiais no departamento de Nariño não serão entregues à Justiça colombiana. “Caso os combatentes tiverem que responder pela prática de um delito, terão que fazê-lo frente a uma justiça guerrilheira, de acordo com nossos regulamentos. Em nenhuma hipótese eles serão entregues às autoridades inimigas”, apontou Jiménez em um comunicado. A morte de um oficial e de um integrante de uma patrulha da polícia, degolados e torturados por homens das FARC, gerou uma repulsa de parte do governo, dos militares e até das Nações Unidas.
O chefe rebelde disse que “o governo lamenta estas mortes, mas se alegra quando se trata de bombardeio de guerrilheiros, ainda que se trate de colombianos, de gente pobre do povo”. Também fez um pedido especial ao presidente Juan Manuel Santos. “Assinemos um cessar fogo, Santos, e façamos a paz possível”, disse, em uma mensagem direta ao líder. O governo da Colômbia e a guerrilha colombiana mantiveram conversas de paz em Havana, Cuba.
Por outro lado, o chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, general John Kelly, que está visitando a Colômbia, disse ontem que seu país se esforça para ajudar as forças armadas colombianas para que ponham fim ao terrorismo. O general Kelly e o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, falaram sobre os avanços da cooperação para a segurança e na luta contra o terrorismo entre ambos os países.
“Fazemos tudo o que está em nosso alcance para apoiar as pessoas e as forças armadas da Colômbia e para darmos um fim a esta longa agonia, deste terrorismo que tem afetado este país”, assinalou o militar numa alusão aos grupos guerrilheiros. Os Estados Unidos considera as FARC como um grupo terrorista. O general Kelly também destacou o trabalho da polícia e do exército, e disse que “é muito emotivo” ver os esforços que estão sendo feitos pelos militares da Colômbia.
Também disse que para ele é um privilégio e uma honra estar na Colômbia. “Digo isso não apenas como comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, mas em nome de todas as forças que represento, especialmente pelo trabalho que avançamos neste país no apoio em temas de segurança”, acrescentou. De sua parte, o ministro Pinzón destacou a boa relação com os Estados Unidos e o permanente apoio desse país a Colômbia.
Pinzón disse que está certo sobre manter as “forças armadas contundentes e vitais” na defesa do país, “protegendo os interesses de seus habitantes e produzindo todos os dias resultados positivos”. O ministro revelou que os cenários futuros são discutidos com os Estados Unidos, para os quais certamente poderá contar com o apoio, numa relação caracterizada pela a aliança e a amizade, como declarou: “Hoje temos uma relação de iguais com os Estados Unidos, face a face, como disse o presidente (Juan Manuel) Santos”.
Um ataque realizado por supostos membros das FARC ao departamento colombiano do Amazonas (sul), na divisa com o Brasil, deixou ontem o saldo de dois militares mortos e o mesmo número de feridos, entre eles um civil, como informaram as fontes oficiais. A Sexta Divisão do Exército Nacional indicou que o ataque foi registrado em uma zona rural do município de Puerto Santander quando um suposto membro da guerrilha colombiana ativou uma carga explosiva contra uma patrulha de militares.
Segundo o repórter, uma mulher e um soldado ficaram feridos com a explosão e foram transferidos para a cidade de Letícia, a capital do departamento do Amazonas, para serem atendidos em um centro médico. Anteriormente, o comandante das forças militares, general Juan Pablo Rodríguez, havia confirmado a captura de um homem acusado de ser o chefe de uma das frentes guerrilheiras das FARC no centro do país.
O sujeito foi identificado como Carlos Mobana, ou Willintong, chefe da frente Vladimir Steven do grupo guerrilheiro que, de acordo com a informação transmitida pelo Ministério da Defesa, foi detido na quarta-feira no município de Mesetas, no departamento de Meta. As autoridades militares indicaram Lombana, de 29 anos, como responsável por “planejar e executar ataques terroristas” nos últimos meses nos municípios de La Julia, La Uribe e Mesetas, em Meta.
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As FARC irão julgar acusados de atentado - Instituto Humanitas Unisinos - IHU