“É absurdo amar Cristo e não a Igreja”, diz Papa Francisco

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Por: André | 31 Janeiro 2014

Não faz sentido amar Cristo e não a Igreja. A afirmação é do Papa Francisco durante a missa matutina na Capela da Casa Santa Marta, como informou a Rádio Vaticano. Bergoglio indicou quais são os pilares da pertença eclesial: a humildade, a fidelidade e a oração.

 
Fonte: http://bit.ly/1n0XTol  

A reportagem é de Domenico Agasso Jr e publicada no sítio Vatican Insider, 30-01-2014. A tradução é de André Langer.

A homilia do Papa começou pela figura do rei Davi, assim como é apresentada nas leituras do dia: um homem que fala com o Senhor como um filho fala com o pai e embora receba um “não” aos seus pedidos, aceita-o com alegria. Davi, observa o Papa Francisco, tinha “um forte sentimento de pertença ao povo de Deus”. E isto, prosseguiu, nos questiona sobre qual é o nosso sentido de pertença à Igreja, nosso sentir com a Igreja e na Igreja.

“O cristão não é um batizado que recebe o Batismo e depois segue seu caminho. O primeiro fruto do Batismo é a integração com a Igreja, com o povo de Deus. Não se pode entender um cristão sem a Igreja. É por isso que o grande Paulo VI dizia que é uma dicotomia absurda amar Cristo sem a Igreja; ouvir Cristo, mas não a Igreja; estar com Cristo, mas à margem da Igreja. Não se pode. É uma dicotomia absurda. Nós recebemos a mensagem evangélica na Igreja e é nela que vivemos a nossa santidade, nosso caminho é na Igreja. O resto é pura fantasia ou, como ele dizia: uma dicotomia absurda”.

O “sensus ecclesiae”, afirmou, é “o mesmo sentir, pensar, querer, na Igreja”. Há “três pilares desta pertença, deste sentir com a Igreja. O primeiro é a humildade”, com a consciência de estar “inseridos em uma comunidade como uma grande graça”.

“Uma pessoa que não é humilde, não pode sentir com a Igreja, sentirá o que ela ou ele gostar. E esta humildade se vê em Davi: ‘Quem sou eu, Senhor Deus, e o que é a minha casa?’ Com a consciência de que a história da salvação não começa com ele e não terminará com sua morte. Não, é toda uma história de salvação: eu venho, o Senhor te toma, te faz seguir em frente e depois te chama, e a história continua. A história da Igreja começou antes de nós e continuará depois de nós: humildade – somos uma pequena parte de um grande povo, que vai pelo caminho do Senhor”.

O segundo pilar é a fidelidade “que está vinculada à obediência”: “Fidelidade à Igreja; fidelidade ao seu ensinamento, fidelidade ao Credo, fidelidade à doutrina, zelar por essa doutrina. Humildade e fidelidade. Também Paulo VI nos recordava que nós recebemos a mensagem como um dom e devemos transmiti-la como um dom, mas não como uma coisa nossa: é algo recebido que damos. E ser fiéis nesta transmissão, ser fiéis. Porque nós recebemos e devemos dar um Evangelho que não é nosso, que é de Jesus, e não devemos, dizia ele, converter-nos em donos do Evangelho, senhores da doutrina recebida para utilizá-la a bel prazer”.

O terceiro pilar, disse o Papa, é um serviço particular: “rezar pela Igreja”. “Como vai a minha oração pela Igreja?” Pergunta o Papa Francisco: “Rezamos pela Igreja? Na missa todos os dias sim, mas em nossa casa, não? Quando rezamos?” Rezar por toda a Igreja, em todas as partes do mundo. “Que o Senhor, concluiu o Papa, nos ajude a ir pelo caminho para aprofundar nossa pertença à Igreja e nosso sentir com a Igreja”.