Semana da Cúpula do Clima em Varsóvia termina com decepção e poucos avanços

Mais Lidos

  • O economista Branko Milanovic é um dos críticos mais incisivos da desigualdade global. Ele conversou com Jacobin sobre como o declínio da globalização neoliberal está exacerbando suas tendências mais destrutivas

    “Quando o neoliberalismo entra em colapso, destrói mais ainda”. Entrevista com Branko Milanovic

    LER MAIS
  • Abin aponta Terceiro Comando Puro, facção com símbolos evangélicos, como terceira força do crime no país

    LER MAIS
  • A farsa democrática. Artigo de Frei Betto

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

18 Novembro 2013

A primeira semana da cúpula da Mudança Climática da ONU (COP-19), realizada em Varsóvia, foi marcada pelas lágrimas da delegação filipina por causa da destruição provocada pelo tufão "Haiyan", além de debates intermináveis, poucos avanços e três decepções, protagonizadas por Austrália, Japão e Brasil.

A COP-19 começou monopolizada por "Haiyan" e seus devastadores efeitos nas Filipinas, cuja delegação lembrou no início da reunião com emotivos discursos que terminaram em lágrimas e em um pedido desesperado de medidas urgentes para frear a mudança climática.

"Esse sentimento de urgência com o qual começou a conferência se perdeu. Não se percebe entre as delegações um sentimento de que os problemas serão solucionados em breve", declarou à Agência Efe o diretor da delegação mexicana em Varsóvia, Roberto Dondisch, que afirma que há presentes que não têm pressa de chegar a acordos concretos, algo "muito arriscado".

A informação é divulgada pelo Portal Terra, 17-11-2013.

"Se não se chega a acordos nestas cúpulas, vai se pôr em questão o próprio aparelho multilateral, o que privaria de voz muitos países afetados", lamentou Dondisch.

O certo é que durante os primeiros dias nenhum país anunciou que aumentará seus cortes de emissões, mas todo o contrário: Japão e Austrália indicaram um retrocesso grave em seus objetivos e políticas anteriores, um balde de água fria para uma reunião sobre o clima da qual devem sair as bases para o futuro acordo de 2015.

O Japão decidiu reduzir apenas em 3,8% suas emissões de gás de efeito estufa para o ano 2020 a respeito de seus níveis de 2005, uma meta afastada dos 25% que o país asiático tinha anunciado na cúpula do clima de 2009 na Tailândia.

Por sua parte, a Austrália só se compromete a reduzir em 5% as emissões de gases poluentes para o ano 2020.

"Após uma semana os governos do mundo voltaram a decepcionar seus cidadãos na luta contra a catastrófica mudança climática e seus efeitos devastadores", afirmou o responsável do Greenpeace na COP-19, Martin Kaiser.

"Em vez de deter os novos investimentos em mineração de carvão e extração de petróleo e aumentar o investimento em energias renováveis, Japão e Austrália não cumpriram os compromissos adquiridos voluntariamente", acrescentou.

"Os anúncios do Japão e Austrália foram decepcionantes para a União Europeia (UE)", reconheceu à Efe uma fonte da delegação espanhola na cúpula.

O Brasil somou-se a essas decepções na quinta-feira passada, quando confirmou que sua taxa de desmatamento aumentou 23% no ano passado, um número inclusive superior ao esperado pelo governo.

Enquanto isso, a UE segue dividida entre as energias renováveis e o peso das indústrias do carvão e a energia nuclear.

Este é o cenário que encontrarão os ministros do Meio Ambiente que chegam a Varsóvia para participar da rodada final da cúpula, que começa na próxima terça-feira, e que terão sobre a mesa as negociações sobre o financiamento de medidas para reduzir emissões de curto prazo, assim como a possibilidade de assumir objetivos de redução mais ambiciosos a partir de 2014.

"Os ministros devem deter a espiral negativa que está marcando as conversas climáticas da ONU, apostar em energias renováveis, comprometer-se com objetivos de redução audazes e definir o financiamento de medidas contra a mudança climática que ajudem todo o mundo", declarou Kaiser.