13 Setembro 2013
O Papa Francisco exorta não apenas ao diálogo com os não crentes, mas o traduz na prática. De modo modesto e humilde, sem exercer nenhuma pressão, agindo com plena compreensão pelas razões dos outros.
A opinião é do teólogo suíço-alemão Hans Küng, em depoimento para o jornal La Repubblica, 12-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
O título da notícia poderia ser "um diálogo em igual dignidade". O Papa Francisco exorta não apenas ao diálogo com os não crentes, mas o traduz na prática. De modo modesto e humilde, sem exercer nenhuma pressão, agindo com plena compreensão pelas razões dos outros. Como a sua ideia de "fraterna proximidade".
Muitos pontos de vista teológicos parecem-me importantes.
Primeiro: o papa representa o conceito da encarnação da pessoa histórica de Jesus. E, da sua autoridade estendida à Igreja, que deixa questões em aberto.
Segundo: a natureza de Jesus como Filho de Deus não deve excluir outros, mas, ao invés, deve abrir a todos os seres humanos a vocação a se sentirem "filhos de Deus".
Terceiro: ninguém dispõe da Verdade absoluta. A Verdade da Fé, como manifestou em Cristo o amor de Deus, é essencialmente uma relação.
Quarto: a Verdade da Fé, que é símbolo de Luz, sempre foi, várias vezes, instrumentalizada por obscuros supersticiosos contra a Luz da razão. Portanto, eu me sinto confirmado no meu Caminho e Escolha, tendo sempre levado a sério as razões dos não crentes.
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''Francisco não exorta ao diálogo: pratica-o. Essa é a força da mensagem''. Artigo de Hans Küng - Instituto Humanitas Unisinos - IHU