Por: Jonas | 07 Setembro 2013
“Em nome de Deus, deixem-nos viver!”. É a solicitação que o bispo de Goma, dom Theophile Kaboy, lançou no dia 24 de agosto. O dia de oração pela paz, do próximo sábado (07-09), chega exatamente duas semanas após esta invocação. Por isso, o bispo de Goma se dirigiu a todos os que seguirão a iniciativa do Papa: “Não se esqueçam de nossa gente, que há 20 anos convive com a guerra. Nós sempre rezamos pela paz. No sábado, nós a invocaremos em uma celebração especial na catedral”.
Fonte: http://goo.gl/rH0TCW |
A reportagem é de Davide Demichelis, publicada no sítio Vaticano Insider, 06-09-2013. A tradução é do Cepat.
A última trégua do conflito foi rompida em dezembro. E periodicamente são registradas batalhas entre os rebeldes do M23 e os soldados governamentais. Combate-se ao redor da cidade e nos campos, nos quais vivem dezenas de milhares de deslocados que abandonaram suas moradias. No dia 22 e 24 de agosto, explodiram algumas bombas no centro da cidade, provocando pelos menos cinco mortes e dezenas de feridos. Muitas organizações humanitárias tiveram que abandonar os locais ocupados pelos rebeldes do M23.
“Nós fazemos tudo o que é possível para auxiliar nossa gente através da Cáritas, mas nem sempre temos os meios, sobretudo porque esta guerra nunca se acaba”. Dom Kaboy se agarra à única esperança que resta: “Intensificamos nosso empenho na oração. Não queremos cair na armadilha dos que pretendem criar uma confusão absoluta, em Goma, para despojar os cidadãos de seus bens”.
São aproximadamente seis milhões de mortos, em 20 anos de batalhas. Trata-se do conflito mais cruel depois da Segunda Guerra Mundial, e nele combatem muitíssimas crianças-soldado. São pelo menos trinta as diferentes formações de rebeldes que operam entre a mata e as populações dos montes Virunga, onde os casos de violência sexual adquiriram dimensões de uma verdadeira emergência. Violações de direitos humanos, execuções sumárias, torturas... No entanto, a guerra dos Grandes Lagos muitas vezes passa despercebida e os meios de comunicação não falam a respeito.
“Toda a diocese está sob um conflito que tem raízes fora da África. As multinacionais, que pretendem explorar nossas minas, incentivam uma guerra que somente elas poderiam deter”. O bispo de Goma recorda a quantidade de delegações estrangeiras com as quais se reuniu para buscar incentivar a paz, mas as armas continuam ditando as leis no país. A única esperança verdadeira é a oração. Por esta razão é tão importante o dia do sábado para os congolenses. Desta maneira, o novo pedido de dom Kaboy se dirige ao mundo inteiro: “sacudamos as consciências também por Goma. Nas invocações do sábado, mas também depois; não se esqueçam de nós”.
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“No sábado, rezem também por nós”, pedem bispos do Congo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU