Por: Cesar Sanson | 18 Março 2013
A presidente Dilma Rousseff confirmou que abordará o tema do combate à fome no mundo durante o seu breve encontro com o papa Francisco após a cerimônia de posse do novo pontífice, nesta terça-feira.
A reportagem é de Maurício Moraes e publicada pela BBC Brasil, 18-03-2013.
"Um papa preocupado com as questões dos pobres no mundo tem um papel especial", disse a presidente logo após visita de cortesia ao diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), o brasileiro José Graziano, em Roma.
Dilma disse que tratar a questão da fome no mundo "é fundamental" e que o Brasil tem "tecnologia social" para "elevar o nível de vida das pessoas".
Graziano saudou o fato de que o Brasil, ao lado de China e Rússia, é um dos países que mais aumentaram sua contribuição à organização. Após o encontro na FAO, a presidente seguiu para o Palácio do Quirinale para encontrar o presidente italiano, Giorgio Napolitano.
Posse do papa
A presidente Dilma participará da cerimônia de posse do papa Francisco no Vaticano às 9h30 (hora local, 5h30 em Brasília), ao lado de mais de cem chefes de Estado e governo.
Após a missa e a posse, o pontífice cumprimentará as delegações estrangeiras. Nesta segunda-feira, o papa recebeu em um almoço a presidente de seu país, a argentina Cristina Kirchner.
Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o encontro entre o pontífice e Kirchner durou cerca de 20 minutos. Ambos almoçaram juntos na residência Santa Marta, onde o pontífice está alojado temporariamente.
De acordo com a imprensa argentina, durante o encontro Kirchner deu de presente ao papa um jogo para tomar mate.
A presidente da Argentina foi a primeira chefe de Estado recebida pelo pontífice. Lombardi afirmou que o encontro entre os dois é considerado um "gesto de cortesia e afeto" para a presidente e a Argentina, o país de origem do novo papa.
O encontro gerou grande atenção da imprensa devido à relação turbulenta entre o então cardeal Jorge Bergoglio, hoje papa Francisco, e o casal Kirchner.
Quando ainda era arcebispo de Buenos Aires, Bergoglio foi um crítico do aumento da pobreza na Argentina e se opôs à lei de casamento entre pessoas do mesmo sexo apoiada pelo governo.
Durante o encontro, Cristina também fez um apelo ao papa Francisco, pedindo que ele intervenha na disputa entre Argentina e Grã-Bretanha sobre as ilhas Malvinas (chamadas de Falklands pelos britânicos).