Chipre: cortes salariais para os padres ortodoxos

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06 Outubro 2012

Depois do pedido oficial de ajuda à União Europeia feito pela República de Chipre, chegou também a quantia específica do pedido: 11 bilhões de euros. Os fundos deveriam salvar a ilha da falência: 5 bilhões serão destinados para recapitalizar os bancos; 6 bilhões, ao contrário, para pagar a dívida até 2015.

A reportagem é de Raffaele Guerra, publicada no sítio Vatican Insider, 05-10-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O Chipre já está à beira do abismo e financeiro, e a situação da economia real é mais do que preocupante: o desemprego aumenta a passos largos, e alguns refeitórios para pobres abertos pelas Igrejas estão superlotados.

O refeitório da igreja principal de Lemesos, aberto em 2004 para poucos idosos, já é frequentado por mais de 300 pessoas, entre jovens, idosos e famílias inteiras. O refeitório também teve que atender as necessidades das crianças da escola primária próxima, que não podem se dar ao luxo de pagar pelo almoço.

Nesse contexto, o arcebispo Chrysostomos II, juntamente com o Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa de Chipre, decidiu o corte a ser feito nos salários: foi completamente cortado o 13º, e para os bispos a redução será de 25%, enquanto para o resto do pessoal será de 15%. Para todos os sacerdotes, o corte entrará em vigor a partir de janeiro de 2013, enquanto para o pessoal leigo a diminuição se aplicará apenas aos salários superiores a 1.500 euros.

Diante da propagação de uma crise econômica que está colocando o país de joelhos, o arcebispo Chrysostomos quis que a Igreja desse um exemplo para o resto das instituições. O Sínodo cipriota também decidiu congelar as admissões em mosteiros e sedes episcopais, já que as receitas da Igreja caíram sensivelmente por causa da crise.

A notícia, em alguns aspectos, não causa surpresa: ainda no início deste ano, diversos bispos da Igreja vizinha da Grécia também puderam perceber cortes salariais de cerca de 15%, e, a partir de 2010, a Igreja da Grécia se tornou uma realidade sujeita à tributação, depois de um acordo com o então governo Papandreou.

No Chipre e na Grécia, além disso, os refeitórios abertos pelas paróquias são um fenômeno crescente: apenas em Atenas, a Igreja oferece entre 10 mil e 20 mil refeições por dia, e, no inverno passado, o Sínodo ateniense informou em nota que queria se orientar para os investimentos das propriedades de terras, a fim de instituir novos projetos de assistência social.