14 Setembro 2012
O secretário geral da Federação Luterana Mundial (FLM), pastor Martin Junge, encorajou a Igreja da Suécia a encarar a crescente secularização do país e a diversidade cultural como oportunidades para redefinir a própria igreja.
"Todos esses desafios e mudanças não devem ser um obstáculo para uma reflexão renovada e sustentada e para um discernimento do chamado dessa igreja na missão de Deus, antes deve ser considerada como uma oportunidade para definir como a igreja afirma novamente sua cidadania, e como vê a sua presença no espaço público," disse.
Junge dirigiu-se aos participantes da Världens Fest 2012, que se realizou em Malmö, de 7 a 9 setembro, para destacar a missão internacional da Igreja da Suécia. O evento consistiu em conferências, seminários, eventos públicos e programas culturais.
A Världens Fest atrai a cada ano uma média de 3,5 mil participantes e mais de 10 mil visitantes. Este ano, o eixo central da reflexão girou em torno do desenvolvimento sustentável, a Igreja no mundo e os direitos humanos.
Assim como as reflexões teológicas do reformador Martim Luther estouraram no espaço público, também hoje as igrejas luteranas devem atuar como cidadãos do mundo, assinalou Junge no seu discurso, intitulado "Assumindo a cidadania - a Igreja no espaço público".
"Essa cidadania é configurada pela questão fundamental no coração de toda Igreja: o que é que Deus quer que esta Igreja seja? O que é quer Deus quer que a Igreja seja aqui na Suécia? Como ela seguirá participando da profunda compaixão de Deus pelos seres humanos e seu zelo pela justiça?" - perguntou Junge.
O líder ecumênico sustentou que a Igreja tem um papel específico a desempenhar no espaço público, que está enraizado no depoimento e na voz de sua fé em Deus.
"Nenhuma igreja deveria temer o exercício dessa identidade, mas deve oferecê-la com alegria e humildade no espaço público compartilhado, onde seguramente terá outras vozes com pontos de vista e perspectivas diferentes que também serão escutadas", agregou.
No meio de uma crise financeira mundial e a ameaça da mudança climática, Junge argumentou que existe uma necessidade urgente do exercício da cidadania global e um marco ético que sirva à tomada de decisões em assuntos de justiça.
"As igrejas têm que ser parte desse diálogo. As igrejas devem dar sua contribuição própria, diferente, ao diálogo. Essa é uma conversa que transcende amplamente o âmbito da economia, e aborda a mesma questão de como os membros da família humana se propõem e se comprometem a viver juntos neste mundo que todos nós compartilhamos ", afirmou.
A teologia luterana ajuda a essa conversa sublinhando a idéia de que a liberdade significa também responsabilidades. No entanto, as igrejas devem escutar com humildade também outras vozes nessa conversa, admoestou o secretário geral.
------------------------
Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC)
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Igreja deve alçar a voz no espaço público, sustenta líder luterano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU