Por: André | 13 Setembro 2012
O Vaticano pediu a colaboração do advogado suíço Rene Bruelhart como especialista internacional para “continuar eficazmente no caminho da transparência e da fiabilidade financeira e da eficácia das medidas na luta contra a lavagem de dinheiro”, segundo informou a Santa Sé.
A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 11-09-2012. A tradução é do Cepat.
Esta decisão foi tomada após a Assembleia e o relatório emitido em 18 de julho passado pelo Moneyval, órgão do Conselho da Europa encarregado de revisar as medidas tomadas pelos Estados para lutar contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o padre Federico Lombardi explicou, em declarações à Rádio Vaticano, que esta medida “é uma prova do claro compromisso que a Santa Sé assumiu e de seu esforço para enfrentar eficazmente este tipo de problema”.
Rene Bruelhart, de 40 anos, advogado originário de Friburgo (Suíça), foi durante oito anos diretor do Financial Intelligence Unit (FIU) de Lichtenstein e é especialista na luta contra a lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo. Como diretor do FIU de Lichtenstein, em 2010 foi nomeado vice-presidente do grupo Egmont (a rede global do FIU).
Bruelhart começou em setembro seu serviço como consultor da Santa Sé e em todas as matérias ligadas à ‘antirreciclagem’ e à luta pelo financiamento do terrorismo. “Sua tarefa é ajudar a Santa Sé no reforço de suas ferramentas de luta contra os crimes financeiros”, segundo indica o Vaticano.
A Santa Sé obteve uma aprovação na avaliação realizada pelo Moneyval em 18 de julho passado e se comprometeu a reforçar seu sistema de vigilância para se converter em um membro confiável para a comunidade internacional.
O relatório de 18 de julho de 2012 indica que a Santa Sé, incluindo o Estado do Vaticano, “percorreu um longo caminho num curto período de tempo e assentou muitas bases para um sistema contra a lavagem de dinheiro”. Contudo, aponta que necessita avançar em outras questões para demonstrar que instituiu um regime eficaz, de modo particular na supervisão das instituições financeiras.
O Moneyval estabelece 49 recomendações das quais 45 são de aplicação para o caso particular da Santa Sé, e dessas, considera essenciais seis e chaves outras dez.
Destas 16 recomendações para a luta contra a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, segundo este relatório, a Santa Sé suspende, destaca a regulação e supervisão e aponta que existe uma “falta de clareza” no papel, responsabilidade, autoridade e independência da Autoridade da Informação Financeira (FIA), organismo criado pelo Papa Bento XVI em 2010 para acompanhar as atividades financeiras da Santa Sé, entre elas, as do Instituto para as Obras de Religião (IOR).
O subsecretário para as Relações com os Estados, dom Ettore Balestero, chefe da delegação da Santa Sé na sessão plenária do Moneyval que aconteceu em 04 de julho passado em Estrasburgo (França), destacou, por sua vez, a parte do relatório em que se explica que a Santa Sé “não é um centro financeiro” e que “suas atividades financeiras têm como objetivo apoiar as obras de caridade e a religião”.
Assim mesmo, destacou a menção a que a Santa Sé “goza de uma reconhecida autoridade moral” que, segundo o Moneyval, deve empregar “para solicitar o maior escrúpulo em relação aos muito frequentes crimes transnacionais de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo”.
Balestero assegurou que “foi dado um passo definitivo, ao colocar os fundamentos de uma ‘casa’, de um sistema de luta contra a lavagem de capitais e financiamento do terrorismo, sólido e sustentável”. Não obstante, acrescentou que agora a Santa Sé quer “construir um edifício que demonstre sua vontade e a do Estado da Cidade do Vaticano de ser um companheiro confiável na comunidade internacional”.
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O Vaticano pede a ajuda de um especialista para lutar contra a lavagem de dinheiro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU