México: o cardeal que sofreu dois atentados

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14 Agosto 2012

O arcebispo emérito de Guadalajara, cardeal Juan Sandoval Íñiguez, por ocasião da apresentação de uma biografia dedicada a ele, contou em detalhes aquelas que ele considera como duas tentativas para matá-lo. A primeira ocorreu na cidade de Dallas, nos EUA, em fevereiro de 1999, enquanto a segunda ocorreu durante um encontro com um candidato político.

A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 10-08-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A biografia de Sandoval, intitulada Servus, foi escrita pelo jornalista Juan Manuel Reyes Brambila. No atentado de Dallas, explicou o cardeal, foi-lhe oferecida uma porção de doce envenenado, que havia sido entregue no hotel onde ele estava hospedado durante um congresso sobre questões bioéticas em que outros bispos também participavam.

A segunda tentativa para matá-lo, contou o arcebispo emérito de Guadalajara, ocorreu durante uma reunião com um candidato político, à qual ele havia sido levado de avião juntamente com outros bispos. Durante o encontro convivial, uma tequila foi oferecida a Sandoval: "Eu a provei, pareceu-me amarga. Enquanto eu olhava para ver o que ela tinha de estranho, chegou um indivíduo que tirou o copo da minha mão e foi embora". Aquele gole de degustação custou ao purpurado uma intoxicação e uma cirurgia para remover uma parte do intestino que gangrenou.

É interessante perceber como o cardeal relacionou ambos os atentados às suas posições fortemente críticas às investigações oficiais sobre a morte do seu antecessor, o cardeal Juan Jesús Posadas Ocampo, assassinado no aeroporto de Guadalajara em maio de 1993: inicialmente, falara-se de um acidente – o purpurado, que havia ido receber o núncio apostólico Girolamo Prigione, teria se envolvido em um tiroteio entre duas gangues de traficantes de drogas.

Na realidade, investigações independentes demonstraram que, na eliminação de Posadas, estavam envolvidas personalidades de alto nível da política e da polícia: havia sido, de fato, uma execução. À distância de 19 anos da morte do cardeal, ainda não foram plenamente esclarecidos o motivo e as modalidades de um homicídio que viu o sangue do arcebispo da mais importante diocese católica mexicana se unir aos de muitos outros mártires do México.