26 Abril 2012
O Exército da Guatemala foi o principal responsável pelas mortes e genocídios perpetrados durante os 36 anos de guerra interna, reforçou o Relatório para a Recuperação da Memória Histórica (REMHI).
A reportagem é de Mayra Rodríguez e publicada pela Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 25-04-2012.
O documento foi apresentado na abertura das atividades que lembram os 14 anos do martírio de monsenhor Juan José Gerardi Condedera, assassinado em 26 de abril de 1998, dois dias depois de ter denunciado a participação de militares nas atrocidades verificadas no país .
Uma intensa programação lembrará o bispo mártir, que teve início na sexta-feira e se estenderá até amanhã. No sábado, foi realizada celebração inter-religiosa no Parque San Sebastián, nesta capital, localizado nos arredores da casa pastoral da igreja do mesmo nome, onde o bispo foi morto. A cripta onde Gerardi está enterrado encontra-se aberto à visitação pública nesse período.
“Estamos num novo momento da história da Guatemala, ao ter-se iniciado este ano com um militar reformado, o general Otto Pérez Molina, como presidente do país, quem, publicamente, comprometeu-se a retomar o espírito dos Acordos de Paz”, destacou na coletiva de imprensa um dos organizadores das comemorações, Paúl Menchú.
O presidente, disse, tem em suas mãos a possibilidade de assumir um papel histórico ao reconhecer a responsabilidade do Exército na maioria dos casos de violações aos direitos humanos e o genocídio durante a guerra interna, comprovado pelo REMHI e por relatório da Comissão de Esclarecimento Histórico.
Pelo assassinato de monsenhor Gerardi purgam prisão um coronel, um capitão do Exército e um sacerdote católico, que, em 2001, foram sentenciados a 20 anos. Em várias oportunidades os condenados procuraram a redução das penas. Os militares conseguiram que a Sala Segunda de Instância Penal diminuísse a pensa de 20 para dez anos de cárcere.
As atividades comemorativas incluem a apresentação de documentos e a história da população de Santa Lucía Cotzumalguapa, por sua luta contra a pobreza. Celebração eucarística, caminhada pela paz e momento artístico cultural fecharão a programação que rememora os 14 anos do assassinato do bispo Gerardi.
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Guatemala. Celebrações lembram legado de Gerardi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU