Por: André | 12 Abril 2012
De acordo com o porta-voz do Cardeal Schönborn, o Vaticano não pediu que se tomassem medidas. Em relação ao caso, Stangl disse que “se necessita de uma reflexão teológica”.
A reportagem é de Alessandro Speciale e está publicada no sítio Vatican Insider, 10-04-2012. A tradução é do Cepat.
Não chegou nenhuma indicação da parte do Vaticano às mãos dos bispos austríacos que ordene uma intervenção contra os religiosos que fazem parte da Pfarrer Initiative. A afirmação é do Michael Prüller, porta-voz do arcebispo de Viena, o cardeal Christoph Schönborn, que foi informado do conteúdo da carta romana.
O sítio católico austríaco kath.net escreveu a “explosiva” carta na qual se pedia que se fizesse algo contra os párocos austríacos que lançaram o Apelo à Desobediência, citado por Bento XVI em sua homilia da Quinta-feira Santa.
Segundo Prüller, a carta chegou há algumas semanas a Roma e não contém nada mais que um relatório do encontro mantido entre os bispos austríacos no Vaticano sobre a questão dos párocos “rebeldes” em janeiro de 2012.
“Não há nenhuma diretriz sobre como enfrentar a Pfarrer Initiative”, explica o porta-voz do cardeal austríaco. “Repete-se a importância do fato de que não pode haver um apelo à desobediência”, como havia dito desde o início da história o próprio Schönborn, que foi entrevistado por uma televisão austríaca em um programa transmitido na Sexta-feira Santa.
Entretanto, acrescenta o porta-voz, o fato de que Bento tenha falado diretamente da Pfarrer Initiative “indica a importância de se enfrentar este ‘apelo’” e também é uma demonstração da importância que tem para o Papa e em Roma. Segundo Prüller, a homilia do Papa foi “muito meditada” e não se trata de uma “condenação”: “Bento XVI reflete sobre o que é a verdadeira obediência e como ajuda a esclarecer qual é a vontade de Deus”.
O porta-voz do arcebispo de Viena também volta a falar sobre o caso de Florian Stangl, jovem de 26 anos que vive uma relação homossexual registrada e que foi eleito para o conselho de pastoral de uma paróquia ao norte de Viena. O cardeal Schönborn, ex-aluno de Joseph Ratzinger, decidiu, embora criando muitas polêmicas, não vetar a eleição do jovem.
“A questão está juridicamente encerrada, mas poderia haver alguma consequência do ponto de vista teológico”, disse Prüller, sem esconder sua surpresa com as acusações que o arcebispo vienense recebeu pelo fato de pretender opor-se à doutrina católica.
“O cardeal, que participou da elaboração do catecismo da Igreja católica, disse muito claramente que não pretende mudar nem colocar em discussão a posição da Igreja em relação às relações homossexuais ou em relação ao casamento do mesmo sexo”, explicou o porta-voz.
“A questão que se coloca – prossegue – e que exige um período de reflexão, é como comportar-se com as pessoas que têm uma situação de vida objetivamente contrária à doutrina da Igreja. Como podem participar, enquanto cristãos batizados, na missão da Igreja? Formar parte de um conselho pastoral é uma tarefa que podem assumir? A lei canônica não diz nada sobre isso. E a questão não se coloca apenas para os homossexuais; vale também para os divorciados em segunda união, por exemplo, ou para casais de jovens que convivem antes do matrimônio”.
Segundo a mídia austríaca, o pároco da paróquia que foi o cenário da história, Gerhard Swierzek, teria pedido para ser transferido. Prüller, por sua vez, não é capaz de confirmar este pedido do sacerdote, mas destaca que o cardeal Schönborn não colocou obstáculos à decisão de Swierzek: “O pároco se dirigiu a ele sobre a escolha. Em um primeiro momento, o cardeal tinha a intenção de vetar a escolha, mas depois, dado que não estava nem sequer claro se tinha o poder ou não, decidiu não fazê-lo”.
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“Nenhuma medida de Roma contra os párocos rebeldes” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU