17 Março 2012
O arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, anunciou que entregará o cargo até o fim do ano, publicou o jornal Daily Mail. Ele liderou a Igreja Britânica e a Comunhão Anglicana mundial numa década turbulenta, enfrentando situações tensas com o afastamento dos tradicionalistas, o manifesto contra a guera e o debate de temas como a homossexualidade.
A notícia é da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC), 16-03-2012.
O líder da Igreja Anglicana, de 77 milhões de membros, tem como nome provável para sua substituição o Dr. John Sentamu, arcebispo de York, que se tornaria o primeiro negro a ocupar o cargo de pastoreio mundial.
O nome de Sentamu surgiu como favorito no levantamento preliminar de analistas para suceder Williams. Mas ele também conta com resistências, pois consideram-no muito conservador. As principais tensões vêm da “guerra” entre conservadores e liberais sobre o tema da homossexualidade.
Um destino provável para o arcebispo emérito deve ser o ensino no Magdalene College, da Universidade de Cambridge, a partir de janeiro de 2013. Ele se mostra animado e se diz satisfeito. "No final deste ano completarei dez anos no cargo de arcebispo e pouco mais de 20 anos como bispo”, ponderando que essa folha de serviço pede oração, reflexão e revisão.
Admite que "foi um privilégio enorme ser arcebispo de Canterbury, quando teve acesso à vida de igrejas em todo o mundo de uma forma muito original”. Explicou que o “privilégio de ser levado para o centro da vida da igreja local por alguns dias permite ver o que realmente importa para as pessoas nas paróquias, escolas, prisões e hospícios”. E afirmou: "Eu acho que deve haver muito poucos empregos em que você tem grande quantidade de portas abertas".
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prestou homenagem a Williams por serviço dedicado como arcebispo. "Como um homem de grande erudição e humildade, ele guiou a Igreja em tempos de desafio e mudança", disse. "Ele procurou unir as diferentes comunidades e oferecer um sentido profundamente humano de liderança moral, que foi respeitado pelas pessoas de todas as fés e as de nenhuma fé”, dizendo-se grato pelo seu apoio e aconselhamento, e pelo trabalho, particularmente na África.
Williams disse que “guardava” sua ligação com a Diocese de Canterbury, que não acreditava que o cristianismo estava perdendo a batalha contra a secularização na Grã-Bretanha e que “há um grande interesse ainda na fé cristã". Sobre a homossexualidade, disse que a nova lei de casamento para casais homossexuais força mudanças indesejadas, observando que "há muita ignorância e preconceito estúpido nas manifestações visíveis, que às vezes ofuscam a discussão”.
Ele admitiu os bolsões de conflitos, falou da próxima votação do Sínodo Geral, a Assembléia Nacional da Igreja da Inglaterra, sobre a possibilidade de aprovar a legislação que estabelece bispas, que gerou anos de negociações tortuosas, e a ida de alguns bispos para a Igreja Católica. Admitiu que "gestão de crise nunca é uma atividade favorita, eu tenho que admitir”, mas isso não ofuscou tudo.
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Williams deixará liderança da Comunhão anglicana - Instituto Humanitas Unisinos - IHU