25 Janeiro 2012
A Arquidiocese de Viena continua impassível em seu "caminho de reforma." O Decanato 10 (Wien-Favoriten) foi encarregado pelo cardeal Christoph Schönborn de desenvolver ao longo do ano, em um projeto-piloto, um processo de renovação sob a forma de reorganização de paróquias e comunidades.
A reportagem é da agência Katholische Presseagentur Österreich, publicada em seu sítio Kathpress.at, 16-01-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
As reformas estruturais, no entanto, deveriam estar sempre na linha de um "impulso missionário" e de "novas iniciativas pastorais", afirmou Schönborn ilustrando a finalidade do projeto em uma coletiva de imprensa no dia 16 de janeiro, em Viena. Até a metade do ano deve ser apresentada um relatório intermediário, e, até o dia 1º de setembro de 2013, as novas estruturas devem ser realizadas. Simultaneamente, o projeto-piloto de Favoriten deverá se tornar um modelo para novas reformas em outros decanatos de Viena.
Schönborn disse ainda que passou o tempo em que a Igreja era uma realidade social que determinava tudo, que hoje vivemos "em uma cultura de liberdade, o que é muito bom". Que, ao mesmo tempo, é preciso reagir adequadamente à "imagem diferente da Igreja" que deriva disso e que não pode mais haver "um retorno ao business as usual". Por exemplo, na zona de Wien-Favoriten vivem hoje 177 mil pessoas, das quais quase apenas um terço é católico (60 mil), e apenas pouco mais de 1% da população (ou seja, 3% dos católicos) participam da missa aos domingos. Reagir a esse desafio significa, dentre outras coisas, segundo o cardeal, implementar também uma mudança nas estruturas paroquiais existentes. "As paróquias serão em parte maiores, mas, em todo caso, mais abertas, e se tornarão, com uma estrutura mais ágil, mais adaptadas a uma sociedade flexível", ousa prever o cardeal.
Concretamente, ao lado de um "enfraquecimento das estruturas paroquiais", devem ser promovidas ou constituídas comunidades cristãs meno. Nas diretrizes, entre outras indicações, lê-se que no futuro uma paróquia deve ter pelo menos 4.000 fiéis católicos, que 5% do orçamento paroquial deve ser destinado a novos projetos e iniciativas, que os custos com os edifícios paroquiais não devem superar 20% das receitas obtidas, e que os custos de manutenção dos edifícios sagrados devem poder ser resolvidos sem subvenções da diocese. Segundo o projeto de base, não é excluída uma destinação de utilização alternativa das Igrejas que não conseguem se manter.
Segundo o cardeal, no entanto, não há "apenas desmantelamentos, mas também inúmeros novos desenvolvimentos" na diocese. Ele informa que o número das escolas privadas católicas triplicou desde a sua chegada em 1995, e que a Cáritas é um forte segmento de crescimento eclesial – no mesmo período, o número de colaboradores dobrou.
Nikolaus Krasa, vigário-geral da arquidiocese de Viena, sublinhou a necessidade dos cortes de reforma, já que, nos últimos 15 anos, as condições básicas para a Igreja e para o trabalho pastoral em Viena mudaram profundamente. Por exemplo, ao lado de uma estrutura diocesana que permaneceu fundamentalmente igual, o número de católicos continuou diminuindo. Isso envolve, em longo prazo, problemas de financiamento, mas também a necessidade de realizar novas iniciativas missionárias na base.
Na implementação desse processo de reforma, diz Krasa, sabe-se que a arquidiocese está inserida em uma tendência europeia, dado que outras dioceses, por exemplo a Alemanha, também estão fazendo caminhos de reforma semelhantes.
A diretora do escritório pastoral de Viena, Veronika Prüller-Jagenteufel enfatizou que a rede pastoral de cobertura existente nas várias regiões não deve ser destruída pelo projeto de reforma, já que, também no futuro, haverá o objetivo de promover comunidades locais e o reconhecimento de uma "pastoral da vizinhança". A imagem fundamental continua sendo a da comunidade paroquial, mas em uma forma multiforme.
Com relação ao projeto-piloto de Wien-Favoriten, Prüller-Jagenteufel também prevê uma certeza de planejamento para as pessoas envolvidas de cerca de 8 a 10 anos, já que o projeto de transformação precisa de tempo e de certeza, também para permitir que a figura do padre mude pouco a pouco – até se tornar uma "figura que acompanha e que torna possíveis certas coisas".
Padre Johannes Neubauer – decano e membro de uma congregação – chamou a atenção para a importância das congregações em todo o processo de reforma. Oito das atuais 15 paróquias de Favoriten são atualmente lideradas por membros de congregações. Ao mesmo tempo, Neubauer criticou o fato de que as próprias congregações não se interessaram pelo processo de reforma e disse que ainda é preciso muito diálogo com a direção do projeto.
O vigário episcopal da cidade de Viena, padre Dariusz Schutzki, explicou que processos semelhantes também estão em andamento em outros decanatos da cidade. Concretamente, será abordado um projeto adaptado para o 15º distrito das comunidades vienenses.
A uma pergunta sobre a importância da Pfarrer-Initiative à luz do processo de reforma de Viena, o cardeal Schönborn disse que, em princípio, "todos os esforços por uma reforma na Igreja são bem-vindos". E disse que também são bem-vindos onde as pessoas investem "sangue, coração e cérebro" (Herzblut und Hirnschmalz) nesses processos de reforma e fazem deles objeto de diálogo e de discussão.
A diretora do escritório pastoral de Viena, Veronika Prüller-Jagenteufel acrescentou a esse respeito que é necessário distinguir as demandas da Pfarrer-Initiative dos atuais processos de reforma diocesanos, que a Iniciativa abordou questões importantes que devem ser discutidas no nível da Igreja universal – "mas nós, no processo de desenvolvimento diocesano, não podemos esperar até o momento em que essas questões sejam esclarecidas".
Na sua opinião agora é preciso trabalhar segundo as possibilidades que são permitidas neste momento pelas disposições jurídicas. "Se as coisas tiverem que mudar, nos regularemos segundo as novas disposições".
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Arquidiocese de Viena continua em seu processo de reforma - Instituto Humanitas Unisinos - IHU