27 Novembro 2011
"Às vezes, empenhamo-nos para que a presença dos cristãos no social, na política ou na economia se tornasse mais incisiva e talvez não nos preocupamos tanto com a solidez da sua fé". Bento XVI pede "um testemunho transparente" aos fiéis envolvidos na polis. O papa, que mais de uma vez invocou uma "nova geração" de católicos na política, exige autenticidade. Como quando, na Alemanha, em setembro, e um mês depois, em Assis, tinha elogiado os "agnósticos", que, "em razão da questão sobre Deus não encontram paz" e "estão mais próximos do Reino de Deus do que os fiéis de rotina".
A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no jornal Corriere della Sera, 26-11-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Ainda mais que "a crise que estamos vivendo hoje" é "de significado e de valores, antes que econômica e social", explicou na audiência ao Conselho Pontifício para os Leigos. O tema é o da eclipse de Deus, especialmente na "velha Europa", a prioridade do seu pontificado: a crise, disse Bento XVI, nasce porque "uma mentalidade que foi se difundindo no nosso tempo, renunciando a qualquer referência ao transcendente, demonstrou-se incapaz de compreender e preservar o humano".
Reflexões retomadas pelo cardeal Angelo Bagnasco, recebido pelo papa como vice-presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias: "Se a economia, a política, a vida social perdem a conexão com a ética, tudo desmorona, até mesmo a composição do Estado". E o cardeal de Budapeste, Péter Erdö, presidente dos bispos europeus, sobre o tema da crise, afirmou: "Perdeu-se o sentido da dignidade do trabalho que se baseia na própria dignidade humana da pessoa".
Não por acaso, acerca de Termini Imerese, a Rádio do Vaticano intitulou: "Fiat na Sicília fecha. É urgente a presença dos católicos na política". Entre os católicos, além disso, continua existindo fermentação. Entre o "os clérico-moderados" à direita e o "bloco conservador" à esquerda, o Movimento Cristão dos Trabalhadores pediu em Casini que "se desfaça a UDC" e se trabalhe em uma nova força política. Enquanto Mimmo Delle Foglie, ex-coordenador do Family Day, à Rádio do Vaticano, disse que "está sendo preparado o manifesto de Todi para reformular a vida econômica da Itália entre Estado, mercado e economia civil".
Certamente, é significativo que a Igreja tenha desejado fazer da beatificação de Giuseppe Toniolo um evento nacional: Bento XVI ordenou que o economista católico (1845-1918) seja proclamado beato no domingo 29 de abril de 2012, e a cerimônia – em vez de Pisa – irá ocorrer em Roma, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros. É o sinal de que a Conferência dos Bispos da Itália o indicará como figura exemplar do compromisso social e do estilo de um fiel: um "guia" para aquela "religião do bem comum", muito cara a Bagnasco.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Papa pede aos cristãos na política para que a fé seja sólida - Instituto Humanitas Unisinos - IHU