12 Novembro 2011
O Palácio do Planalto está empenhado em evitar uma greve geral dos petroleiros. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da República, Gilberto Carvalho, disse ontem que há um "esforço enorme" para evitar a paralisação.
A informação é do jornal O Estado de S. Paulo, 12-11-2011.
Carvalho reconheceu que uma greve envolvendo a Petrobrás seria "muito negativa" para o governo. Segundo ele, neste momento, a estatal está negociando com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e outras entidades, e a expectativa é de que se possa evitar a greve.
Ele explicou que a sua participação nesse episódio se deve ao fato de ser "papel da Secretaria-Geral da Presidência" sempre receber os movimentos e discutir com eles. Carvalho lembrou que a FUP fez contato com a Secretaria-Geral e que a iniciativa foi abrir negociação para evitar que haja greve.
A Federação Única dos Petroleiros mantém a convocação de greve. Na página da FUP na internet, a informação é de que os sindicatos intensificaram as paralisações de surpresa, no que foi denominado de "Operação Gabrielli", movimento que, segundo os petroleiros, denuncia irregularidades no sistema de segurança, meio ambiente e saúde ocupacional (SMS) da empresa.
Paradas
As mobilizações dos petroleiros foram iniciadas no fim de outubro, para cumprimento rigoroso de todos os procedimentos de segurança da empresa - até mesmo com o corte da rendição dos turnos. Ontem, funcionários da Refinaria de Paulínia (Replan) fizeram mobilização batizada de "Sem permissão de morte", que, de acordo com a FUP, teve adesão quase total.
Em Macaé, funcionários da sede administrativa da Petrobrás pararam suas atividades por três horas.
No Paraná, também houve novas paralisações de surpresa na segunda-feira.
Na terça-feira, funcionários que trabalham na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Na véspera, eles já tinham interrompido os trabalhos em protesto contra a falta de reajustes salariais. Não são funcionários da Petrobrás, mas trabalhadores contratados por quatro dos consórcios de empreiteiras contratados para a obra. O movimento paralisou a construção da refinaria, cuja inauguração está prevista para 2013. Segundo a Petrobrás, a obra emprega cerca de 14 mil pessoas, das quais 5 mil estão nos consórcios afetados.
Ontem, após a obtenção de um abono salarial de R$ 150 mensais, os trabalhadores do Comperj decidiram voltar ao trabalho na quarta-feira, após o feriado de 15 de Novembro. Intermediado pelo Ministério Público do Trabalho, o acordo firmou alguns compromissos, além da melhora salarial. Os sindicatos empresariais se comprometeram a não demitir os trabalhadores que, em contrapartida, terão de compensar os dias parados.
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Governo faz esforço para evitar greve dos petroleiros - Instituto Humanitas Unisinos - IHU