25 Julho 2011
O economista Joseph Stiglitz participou nessa tarde de segunda-feira do I Fórum Social do 15-M realizado no Parque del Retiro em Madri. Alguns alunos de um curso de política econômica de San Lorenzo de El Escorial e simpatizantes convidaram Stiglitz para intervir no debate durante a tarde.
A reportagem é de Samira Saleh e Carmen Pérez-Lanzac e publicado pelo El Pais, 25-07-2011. A tradução é do Cepat.
O Prêmio Nobel falou por 12 minutos, com o auxílio de seu tradutor, durante a comissão de Economia do 15-M. Defendeu a regulamentação dos mercados e disse que gosta da "energia" que vê no Movimento 15-M. "A crise econômica revela os problemas de um capitalismo sem regulamentação. A experiência das últimos três décadas mostra que que os governos jogam um papel importante na regulação dos mercados".
O perfil no Twitter @Acampadasol confirmou com uma mensagem a presença do Nobel da Economia de 2010: "...Joseph Stiglitz, Nobel de economia, está em Madri e virá ao forum 15M #. O economista americano se despediu reivindicando mudança no discurso econômico e reconhecendo a importância da luta que está sendo levada a cabo pelos indignados: "Como alguem distante do movimento, vejo aqui uma energia reconfortante, espero que a usem de forma construtiva. Você não pode substituir idéias ruins com a ausência de idéias, é preciso ter boas idéias para mudar. Organizar o debate público exige organização e liderança. Vai ser uma luta dura, porque as idéias ruins fundamentam-se no discurso econômico dominante, mas agora temos uma grande oportunidade para unir ciência ecônomica com o compromisso e a justiça e social e conseguir assim uma nova economia. Desejo-lhes boa sorte".
O Movimento 15-M realizou durante todo o dia uma espécie de congresso em Madri depois de um fim de semana em que o espírito do 15-M retornou com força à capital, com a chegada da marcha dos indignados após a caminhada de 34 dias a partir de diferentes pontos de Espanha. A chegada em Puerta del Sol celebrou-se em uma grande assembléia no sábado que reuniu mais de 35.000 pessoas. Às 19hs realizou-se um ato popular em frente ao Congresso dos Deputados.
Na primeira hora, os indignados, dezenas dos quais passaram a noite no passeio de Recoletos e na Sol, desmontavam suas barracas e se preparavam para um dia intenso de debates no qual se trataram de assuntos relacionados a política internacional, meio ambiente, educação, feminismo, democracia participativa, economia, cultura, saúde, temas sociais...
Os fóruns mais populares e que atraem mais pessoas são os de meio ambiente, democracia participativa... e reforma do estado. "Como diz Marx", começou a falar um participante, interrompido por uma garota que lhe provocou. "Eu vim da Galicia para ouvir suas ideias, não as de Kant ou de Marx". Ao seu lado, um homem disse que as assembleias são "o grande mérito do 15-M" já que é o espaço que "permite pensar e decidir em conjunto, sintetizar em princípios ideias opostas."
Nesse grupo se produziu um debate sobre "reprimir os que reprimem", ou seja, responder com violência a polícia. "O futuro do movimento passa por recuperar os valores que a classe política perdou e pela não violência", disse um jovem que defendeu incluir a não violência e a resistência pacífica na futura constituição do 15-M.
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Stiglitz participa do Fórum 15-M - Instituto Humanitas Unisinos - IHU