"Máxima severidade, mas não se toque no segredo da confissão"

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22 Julho 2011

Sobre o tema da crise diplomática entre a Irlanda e a Santa Sé depois da publicação do relatório sobre os abusos de menores por sacerdotes da diocese de Cloyne, com ameaças de rompimento das relações diplomáticas e um projeto de lei que, se aprovado, obrigaria os sacerdotes a relatar notícias sobre abusos de crianças mesmo que ouvidas na confissão, o sociólogo italiano Massimo Introvigne, representante da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) para a luta contra a discriminação contra os cristãos, interveio em Viena.

A reportagem é do sítio Vatican Insider, 22-07-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

"As razões da Irlanda, um país que se orgulha de mais de mil anos de amizade com a Santa Sé e está perturbado por aqueles que o próprio Bento XVI definiu em sua carta de 2010 aos católicos irlandeses como `atos pecaminosos e criminosos` devem ser compreendidas", declarou Introvigne, que pediu uma colaboração mais incisiva entre as autoridades civis e religiosas para reprimir abusos, e o franco reconhecimento por parte do episcopado irlandês dos erros cometidos no passado.

"O diálogo diplomático – acrescentou Introvigne – deve, ao mesmo tempo, ajudar a evitar remédios – como os ataques ao segredo da confissão – piores do que os males que se gostaria de curar".

"Nem mesmo os piores governos totalitários – acrescentou o sociólogo italiano – jamais ousaram atacar o segredo da confissão, e, em uma época em que o anticatolicismo protestante influenciava muito fortemente a vida política dos Estados Unidos, mais de uma vez a Corte Suprema de Washington declarou que violar o santuário do confessionário católico destruiria a própria noção de liberdade da religião.

"Como alguns sacerdotes irlandeses já declararam, se essa lei verdadeiramente fosse aprovada e eles fossem interrogados sobre o conteúdo das confissões, só lhes restará calar e ser presos, já que, para a Igreja, o segredo da confissão é uma obrigação muito grave e irrenunciável.

"Mas é possível esperar que a Corte Europeia dos Direitos Humanos constate a evidente violação da liberdade religiosa ou, melhor ainda, que, passada a emoção destes dias, o Parlamento irlandês nem leve em consideração a aprovação da lei. Certamente, há outras maneiras de reagir a uma crise cuja gravidade também seria equivocado negar".