O movimento dos indignados acampa desde maio na praça
Syntagma (Constituição), não longe da antiga Ágora, o espaço público por excelência da Grécia antiga.
E é basicamente de uma nova Ágora que se trata: um ponto de encontro mais bem-humorado do que realmente indignado, mais para um Woodstock século XXI do que para maio de 1968 ou as mobilizações que derrubaram o comunismo nos anos 80/90.
A reportagem é de
Clóvis Rossi e publicada pelo jornal
Folha de S. Paulo, 03-07-2011.
Na noite de sexta, como quase todas as noites, o acampamento se enche de gente, que acaba vazando para a avenida que separa a praça do prédio do Parlamento, permanentemente policiado.
Os líderes, jovens como o público, trepam na grade que protege o prédio e cantam cânticos calcados nos gritos dos torcedores de Panathinaikos e Olimpiakos - os dois grandes do futebol grego.
Vendedores ambulantes oferecem pequenos bastões de raio laser verde, que os manifestantes usam para "atingir" os policiais. Vendem também milho verde e cachorro quente, cujo aroma disputa espaço com o da maconha, bem mais leve.
Mais que indignados, são entusiasmados com o próprio gesto. "É a história sendo feita por nós", festeja
Elina Markoulinos, estudante.
Ela e seus companheiros prometem continuar na praça até realizar a profecia contida em tosco cartaz: "Quando o poder do amor superar o amor pelo poder, então conheceremos a benção da paz".
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Indignados recriam Ágora perto da original - Instituto Humanitas Unisinos - IHU