06 Mai 2011
As músicas de Lady Gaga são um hino para os marginalizados, na opinião de Helen Lee, especialista em teologia e comunicação da Fordham University, nos EUA.
O artigo foi publicado no sítio Busted Halo, revista eletrônica dos padres paulinos dos Estados Unidos, 11-02-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
O single de Lady Gaga Born This Way [assista ao clipe aqui] é um hino ao diferente. A música oferece palavras de encorajamento a todos que estão às margens da sociedade, incluindo homossexuais, membros de minorias raciais e até mesmo os "deficientes". Ela afirma que "Deus não comete erros" e depois acrescenta:
Se as deficiências da vida [Whether life’s disabilities]
deixaram você desamparado, assediado ou provocado [left you outcast, bullied or teased]
regozije e ame-se hoje [rejoice and love yourself today]
Porque, baby, você nasceu assim [’cause baby, you were born this way].
Gaga está espalhando as boas novas de Jesus Cristo, seja intencionalmente ou não. Suas opiniões sobre o celibato, sobre a força pessoal e a individualidade certamente são louváveis. E muito mais convincente é o que ela tem a dizer sobre a natureza humana e o sofrimento humano.
Ao contrário de Madonna, a quem ela é muitas vezes comparada, Lady Gaga parece compreender que a natureza humana não é redutível ao sexo. Os seres humanos são complicados, e Gaga capta isso. Podemos ser feios – é verdade –, mas Gaga entende que a beleza humana só tem sentido em contraste com a feiura humana. Então, sim, somos monstros (decaídos), mas, como diz a canção, "nascemos para sobreviver" (nascidos para a vida eterna).
Pelo fato de a Lady Gaga ser capaz de abraçar o feio e, ao fazer isso, abraçar o bonito, ela tem uma sensibilidade e um apreço pelo inevitável sofrimento humano. Ela reconhece que as pessoas lutam constantemente com a sua natureza decaída, incertas de seu potencial para serem boas. Ela reconhece que a vida deixa as pessoas para baixo. E, assim como ela sempre impele seus monstrinhos [como ela chama seus fãs] a amar a si mesmos, ela acrescenta (em Born This Way):
Seja prudente [Give yourself prudence]
e ame seus amigos [and love your friends].
A partir da sua atenção ao sofrimento humano, ela me lembra do tema cristão da união dos sofrimentos pessoais aos sofrimentos de Cristo. Gaga está exigindo que os marginalizados sejam visto como valiosos, bonitos, por serem pessoas como Cristo.
Lady Gaga, sem dúvida, é excêntrica. Ela pode ser grotesca. Ela pode ser vulgar. Mas é um modelo de virtudes cristãs, precisamente porque parece improvável que ela o seja. Ela tem o potencial de introduzir Deus a tantas pessoas, precisamente porque não parece que ela esteja fazendo isso. Lady Gaga está dizendo a um público enorme e dedicado que Deus o ama.
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Deus em Lady Gaga: um hino aos marginalizados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU