25 Outubro 2021
O dinheiro pode comprar uma casa, mas não um lar. Pode comprar uma cama, mas não o sono. Ele pode comprar um relógio, mas não o tempo. Pode comprar um livro, mas não o conhecimento e a sabedoria. Pode comprar uma posição, mas não o respeito. Pode pagar o médico, mas não a saúde. Pode comprar sexo, mas não amor.
O comentário é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, em artigo publicado por Il Sole 24 Ore, 24-10-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Existem numerosas coletâneas de ditados nas várias línguas sobre a relação entre o homem e os bens materiais. O número muito variado de autores que podem ser citados deixa claro que se trata de um tema universal e constante que fascina justamente porque não está resolvido. De fato, tantos apelos contra a loucura da acumulação, a idolatria do dinheiro, a crueldade do egoísmo não nos impedem de continuar a acumular riquezas, a nos devorar por coisas, a trair ideais e valores por um punhado de dinheiro.
Vamos acrescentar um grão às tantas lições já ouvidas sobre este argumento: de fato, citamos acima um esclarecedor aforismo chinês sobre o tema. As afirmações que o compõem são tidas como certas e reiteradas, tanto que séculos depois o dramaturgo norueguês do século XIX Henrik Ibsen repetiria: “O dinheiro pode comprar a casca de muitas coisas, mas não a semente. Ele pode dar-lhe comida, mas não o apetite, o remédio mas não a saúde, os conhecidos mas não os amigos, os servos mas não a fidelidade, dias de alegria mas não a felicidade e a paz”. No entanto, continuamos a ir em frente atraídos por aquela ilusão dourada, incapazes de reagir à tentação daquele fulgor, ao fascínio daquela promessa de bem-estar...
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