30 Setembro 2021
Pouco a pouco os detalhes da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe estão se tornando conhecidos. Alguns deles foram revelados na coletiva de imprensa desta quarta-feira, 29 de setembro, organizada pelo Celam, na qual foram anunciadas as etapas de um processo que realizará sua assembleia de 21 a 28 de novembro.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
"A Assembleia Eclesial tem algo novo e algo que está enraizado no caminho da Igreja da América Latina e do Caribe", como afirmou o Secretário Geral do Celam. É algo que tem sido parte da Igreja no continente desde seus primeiros dias, lembrando os Concílios de Lima, mas é também um espírito que nos últimos anos tem gerado processos de assembleia em algumas conferências episcopais e dioceses, segundo Dom Jorge Lozano.
Dom Jorge Lozano. (Foto: enviada por Luis Miguel Modino)
O arcebispo de San Juan de Cuyo definiu a novidade da Assembleia no sentido de ser continental e composta de diferentes vocações, revelando que haverá cerca de mil delegados na Assembleia, 200 bispos, 200 sacerdotes e diáconos, 200 religiosos e religiosas, 400 leigos e leigas de diferentes áreas, também pessoas que estão em situações de periferia, de exclusão, a maioria dos quais participará virtualmente e pouco mais de 50 pessoas presencialmente na sede da Conferência Episcopal Mexicana.
É um caminho que está sendo acompanhado por um itinerário espiritual, baseado na escuta da Palavra de Deus e da realidade, que formam um único ideal de vida, segundo a Irmã Daniela Cannavina. A coordenadora do Comitê de Espiritualidade e Liturgia dividiu este itinerário na espiritualidade da escuta e na espiritualidade do encontro, dentro da qual momentos de leitura orante, um encontro mariano continental ou uma Vigília do Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe terão lugar nas próximas semanas.
Daniela Cannavina (à esquerda) e Mauricio López (à direita). (Foto: enviada por Luis Miguel Modino)
O processo de escuta da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe foi um momento para dar razão a nossa esperança, nas palavras de Mauricio López. Para o coordenador do Centro de Programas de Ação Pastoral e Redes do Celam, a escuta é uma ação inerente da Igreja, algo que se baseia no espírito da Eclesiologia do Povo de Deus do Concílio Vaticano II e que foi promovida na Episcopalis Communio, que exige abraçar a fé do Povo de Deus.
Quase 70.000 pessoas participaram do processo de escuta, 65% das quais são mulheres. Todas as contribuições geraram uma síntese, que foi colocada nas mãos do comitê de redação do Documento para o discernimento, e que, como uma grande novidade, seu conteúdo será dado a conhecer na próxima sexta-feira.
Para o padre David Jasso, a Metodologia Pastoral é a própria Assembleia, pois não há assembleia sem acordos, sem questões que são colocadas em comum e que a própria comunidade pode levar aos outros. Estamos enfrentando uma oportunidade, afirma o secretário-geral adjunto do Celam, de responder aos novos desafios da Igreja na América Latina e no Caribe e de encontrar novas maneiras de responder a esses desafios. Tudo isso dentro de um processo que começará com as pre-assembleias e se desdobrará em pós-assembleias regionais.
Padre David Jasso. (Foto: enviada por Luis Miguel Modino)
Segundo o Padre Jasso, é uma questão de apropriação de sonhos para responder a urgências. Neste sentido, ele anunciou a elaboração de uma mensagem final na qual quer se mostrar este sonho eclesial, estes novos caminhos, estas novas orientações e um documento inspirador a ser elaborado nos meses seguintes à Assembleia.
Respondendo às perguntas dos jornalistas, os quatro anfitriões da coletiva de imprensa falaram sobre os participantes, cuja lista final será conhecida nos próximos dias, o que o processo de escuta deve envolver como instrumento de metanoia, de conversão, o plano de comunicação de uma assembleia a ser vivida não apenas em sua sede, mas também nos diferentes pontos a partir dos quais os membros da assembleia estarão conectados.
A Assembleia é uma oportunidade de tornar realidade o mandato do Vaticano II, onde todos somos chamados a assumir o compromisso de proclamar o Reino, criando experiências que se tornam a presença do Espírito Santo, que continua a soprar com força para gerar novos caminhos. Estes novos caminhos emergem da escuta realizada nas periferias, nas comunidades amazônicas, em uma escola com crianças, em uma unidade penal ou em comunidades de toxicômanos em recuperação.
A Vida Religiosa também percorre novos caminhos, e está muito presente no processo de escuta, está em saída, e quer que a dimensão sinodal permeie sua vida e seu serviço, tornando os rostos visíveis e compartilhando espaços concretos.
Não podemos esquecer que na sinodalidade o caminho é a experiência, e que é necessário manter vivo o dinamismo da escuta. É hora de lembrar Aparecida com um olhar agradecido, mas também de olhar para o futuro, para o Evento Guadalupano de 2031 e da Redenção em 2033. Para isso somos chamados a entender que a alegria está mais no caminho do que na meta, que está sempre mudando. Na verdade, a escuta, que deve ser uma atitude permanente na vida da Igreja e não uma metodologia, não está terminada, e a assembleia já começou.
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Assembleia Eclesial: uma novidade pelo número e presença de todas as vocações - Instituto Humanitas Unisinos - IHU