11 Mai 2021
“A reportagem (de Breno Pires, publicada por O Estado de S. Paulo, 10-05-2021) é o roteiro de uma investigação. Nomes, valores e destinação das máquinas estão ali. Tudo cheira mal na rapinagem de R$ 3.000.000.000,00 do orçamento público. Teoricamente, as máquinas vão ser usadas em obras de prefeituras. Algumas estão localizadas a milhares de quilômetros da base eleitoral dos parlamentares, e foi detectado superfaturamento de até 259% nas compras. Ora, mas Bolsonaro não havia acabado com a corrupção?” – Cristina Serra, jornalista e escritora – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“A pilhagem tem que ser investigada no contexto da pandemia. O mesmo Bolsonaro que usa dinheiro público para aliciar parlamentares é o que está no comando do genocídio brasileiro” – Cristina Serra, jornalista e escritora – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“Enquanto isso, com a demora na vacinação feita a conta-gotas, milhares de pessoas continuam sendo contaminadas e morrem todos os dias na pandemia sem fim, e milhões de brasileiros são obrigados a sobreviver com auxílios a partir de R$ 150 por mês. Eleito nas ondas da Lava Jato, com a bandeira do combate à corrupção, Bolsonaro não se cansa de louvar a austeridade do seu governo no controle de gastos públicos, mas até o momento em que escrevo ainda não veio a público explicar as emendas secretas do orçamento. Em vez disso, publicou um tuíte parabenizando a polícia do Rio pela operação que executou 28 moradores na favela do Jacarezinho, semana passada, lamentando apenas a morte” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho – Portal Uol, 10-05-2021.
"Os fatos falam por si", afirma ele. "O Brasil virou o cemitério do mundo. O fato de terem transformado o Brasil nisso não ficará impune. Seria a desmoralização de todos nós da CPI" – Renan Calheiros, senador – MDB-AL – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“O bordão do economista Gilberto Nogueira, do BBB21, caiu na boca do povo: “O Brasil tá lascado”. É a síntese deste tempo. Como ter esperança diante do caos econômico e social? O Orçamento de 2021 não reflete a dura realidade da crise e a necessidade de forjar a reconstrução da economia. Pior, um novo mecanismo parece ter tornado viável espécie de barganha assimétrica entre Executivo e Legislativo. Tudo passando ao largo do fundamental: preservar vidas e desenhar um novo futuro” – Felipe Salto, diretor executivo da IFI – O Estado de S. Paulo, 11-05-2021.
“Vai ser difícil reconstruir o País depois do desmonte. O capítulo mais recente foi revelado pelo repórter do Estado Breno Pires (9 de maio): R$ 3 bilhões do Orçamento da União de 2021 teriam sido utilizados pelo governo como moeda de barganha junto ao Congresso. O processo orçamentário já estava maculado pelo risco de paralisação da máquina pública. Agora, desvendam-se novos contornos” – Felipe Salto, diretor executivo da IFI – O Estado de S. Paulo, 11-05-2021.
“Esses “gabinetes”, o “secreto”, o do “ódio” e o das “sombras e trevas”, não devem ser os únicos e agora estão focados no mesmo ponto: a CPI da Covid. O do “ódio” atiça a militância na internet tentando desviar as atenções para governadores e prefeitos. O das “trevas” mobiliza ministérios para fornecer aos governistas da CPI uma mercadoria inexistente: argumentos para defender Bolsonaro nas várias frentes de investigação, máscaras, isolamento, cloroquina, vacina... E o gabinete “secreto” amarra tudo, comprando votos e consciências. Se o general da ativa Eduardo Pazuello entrou no jogo pela sabujice, parlamentares que tentam tapar o sol com a peneira aderem por motivações mais concretas, entre elas os tais tratores, ou a grana dos tratores” - Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 11-05-2021.
“Enquanto os três gabinetes se esfalfam, o presidente distrai a plateia de moto, parabeniza a polícia do Rio pela chacina que choca o mundo, acusa a China de promover “guerra química” e articula uma manobra à la Trump para 2022” - Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 11-05-2021.
“O Dia das Mães teve churrasco no Palácio da Alvorada. Bolsonaro levou para a residência oficial alguns amigos, como o cirurgião plástico que fez as próteses da primeira-dama Michelle. O churrasqueiro contratado veio de Belém do Pará –1962 km de estrada do Ver-o-Peso até a casa do presida. Ele atende pelo apelido Tchê. Ou pelo epíteto 'Churrasqueiro dos Artistas'”. - Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 11-05-2021.
“Em um post de domingo (9/5), o churrasqueiro aparece com Bolsonaro e dois pacotes de carne. Na embalagem, uma charge do presidente, o slogan de campanha de Bolsonaro e o nome do frigorífico. A mesma foto está no perfil do Frigorífico Goiás, e a legenda anuncia: picanha Mito. Liguei para o frigorífico, em Goiânia. A picanha Mito estava em falta, mas era possível comprar a mesma carne com outra embalagem. Picanha de gado da raça wagyu, de origem japonesa, por módicos R$ 1.799,99 o quilo. Uma peça tem em média R$ 350 g e custa cerca de R$ 600” – Marcos Nogueira, jornalista – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“A festinha do Planalto teve pelo menos duas dessas picanhas. Um total de R$ 1200 em meros 700 g de carne. (...) Aqueles dois bifinhos valem mais do que um salário mínimo. Custam o equivalente a duas cestas básicas. É muito escárnio. Não dava para esperar coisa diferente” – Marcos Nogueira, jornalista – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“Temos o temor [de atrasar a vacinação]. Faltam insumos. Por quê? Porque o governo da China não autorizou o embarque. Temos 10 mil litros prontos e aguardando a liberação do governo da China. São 18 milhões de doses. É muito necessário para o Brasil. É um problema diplomático, um problema que se dá pelas manifestações sucessivas erráticas e desnecessárias pelo governo federal, do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e seus ministros” - João Doria, governador de São Paulo – PSDB – Portal Uol, 10-05-2021.
“É sabido que a desigualdade passa pela tributação. Especialistas apontam para a distorção criada por uma lei dos anos 90, isentando lucros e dividendos de pagamento do IR. Uma alíquota de 0%, fazendo com que – com base em rendas mais altas – quanto mais alguém ganha, menos imposto se paga em média. O imposto vira regressivo. É um tratamento desigual em benefícios dos mais ricos, o que parece esbarrar em alguns dispositivos da Constituição, inclusive o que prevê que o IR deve ser progressivo, não regressivo. Como outros ganhos, há muitos interesses organizados para defender a distorção, poucos para combater, levando a vetos as mudanças no processo político. Poderia ser o STF então um aliado? À medida que a desigualdade de renda caminha para uma alta histórica neste ano, é importante a defesa bem informada dos objetivos de nossa Constituição: a redução das desigualdades e a erradicação da pobreza” – Pedro Fernando Nery, doutor em Economia – O Estado de S. Paulo, 11-05-2021.
“A ação policial na favela do Jacarezinho que deixou 29 mortos é mais uma prova disso. A operação, que tem todas as marcas de uma chacina, é chocante mesmo para os padrões do Rio de Janeiro” – Helio Schwartsman, jornalista – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“O que talvez seja mais perturbador é que o ímpeto assassino da polícia fluminense é inútil no que diz respeito à segurança pública. Homicídios e outros indicadores de criminalidade vinham em queda no Rio em 2020. Em junho, o STF proibiu a polícia local de realizar operações nas favelas senão em casos excepcionais. A partir daí, a letalidade policial caiu e os outros indicadores não subiram. Isso nos faz perguntar o que têm na cabeça as autoridades que celebram os cadáveres de ações como a do Jacarezinho. É uma pergunta retórica; não precisam responder” – Helio Schwartsman, jornalista – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, recebeu um levantamento feito em redes sociais que mostram que as citações positivas a ele aumentaram depois da operação policial que deixou 29 mortos na comunidade do Jacarezinho" – Helio Schwartsman, jornalista – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“Um dia antes da invasão da polícia à comunidade, apenas 12% das citações sobre o governador eram consideradas positivas. No dia do morticínio, o percentual saltou para 41%. Já as citações negativas caíram de 50% para 41%. E as neutras passaram de 38% para 18%” – Monica Bergamo, jornalista – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
“A informação surpreendeu políticos aliados e até mesmo de oposição que receberam os dados, já que os questionamentos aos atos da polícia foram contundentes. Políticos do Rio, das mais variadas correntes, já esperavam que uma parcela das pessoas apoiasse a violência policial, mas não com reflexos tão significativos em relação ao próprio governador.A oposição acredita que o aumento da violência, embora condenável, pode ajudar a firmar a imagem de Castro como um governador que está combatendo a criminalidade” – Monica Bergamo, jornalista – Folha de S. Paulo, 11-05-2021.
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Tudo cheira mal na rapinagem de R$ 3.000.000.000,00 do orçamento público – Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU