19 Abril 2021
“Bolsonaro tange o Brasil para os 400 mil mortos. Tem sido o seu matadouro. Estudo do neurocientista Miguel Nicolelis conclui que ao menos três em cada cinco mortos não precisariam ter morrido, no entanto foram vitimados pela incúria, a má-fé e os interesses com que Bolsonaro e seus acólitos têm reprimido a ação da ciência. Uma torrente de homicídios que não podem ficar esquecidos e impunes. Do contrário, este país não seria mais do que uma população de Bolsonaros” – Janio de Freitas, jornalista – Folha de S. Paulo, 18-04-2021.
“Faz um mês que os brasileiros mortos por Covid-19 são cerca de 30% dos mortos pelo vírus no mundo. A população brasileira representa apenas cerca de 2,7% da população do mundo. Na comparação internacional, já devemos estar bem piores do que na medição do estudo censurado” – Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia – Folha de S. Paulo, 19-04-2021.
“É sempre importante olhar os dados de vários lados, mas não há nenhum ângulo sob o qual o desastre brasileiro na pandemia não pareça imenso. O tamanho desse crime é consenso entre os pesquisadores internacionais. Até por coerência, Bolsonaro gostaria de torturar os dados. Mas no tribunal da ciência não existe anistia” – Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia – Folha de S. Paulo, 19-04-2021.
“A OMS (Organização Mundial da Saúde) quer que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se apresente diante da imprensa internacional e explique a situação brasileira. A iniciativa partiu do diretor-geral da entidade, Tedros Ghebreyesus, que vem usando as coletivas de imprensa que regularmente realiza em Genebra para apresentar situações específicas de certas regiões do mundo ou países. Em média, esses encontros com a imprensa reúnem centenas de jornalistas de todo o mundo e são acompanhadas com atenção por governos estrangeiros para tentar identificar as mensagens e preocupações da OMS” – Jamil Chade, jornalista – Portal Uol, 19-04-2021.
“Mesmo se o ministro não participar, o Brasil continuará no foco internacional. Para maio, o grupo de que foi estabelecido pela OMS para avaliar a resposta do mundo diante da crise apresentará seu informe e promete incluir uma avaliação do comportamento brasileiro diante da pandemia” – Jamil Chade, jornalista – Portal Uol, 19-04-2021.
“Eu não gostaria de estar no lugar de Jair Bolsonaro. Para onde se olha no governo federal, são só crises, conflitos, ameaças, desencontros e derrotas no STF, que mandou instalar a CPI do Genocídio e devolveu os direitos políticos a Lula, o Centrão fazendo cara feia para o falido Posto Ipiranga, de olho no cofre e nos ministérios, a pandemia se alastrando fora de controle, pressões internas e externas contra a política ambiental, e o presidente ainda tendo que arrumar uma boquinha para o general Pazuello no Palácio do Planalto, para lhe garantir foro privilegiado nos tribunais” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho – Portal Uol, 18-04-2021.
“Que Bolsonaro não nasceu para ser presidente, todos sabemos, não precisava ele dizer. Mas nem nos piores pesadelos poderíamos imaginar o tamanho da catástrofe que se desenhava no horizonte, já durante a campanha eleitoral e na formação desse ministério Frankenstein” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho – Portal Uol, 18-04-2021.
“Nem impeachment resolve porque não temos um Itamar Franco à vista, como na época de Collor. E o vice, general Mourão, está mais para um Michel Temer de farda, que reza pela mesma cartilha golpista do capitão (...) Sim, meus amigos, estamos literalmente no mato sem cachorro, no fundo do buraco, e o mato está acabando” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho – Portal Uol, 18-04-2021.
“Não queria a CPI e ela foi instalada; achou que teria maioria, não tem; tentou tirar Randolfe Rodrigues da vice e Renan Calheiros da relatoria, perdeu; e Omar Aziz foi o “menos ruim”, o que restou ao Planalto para a presidência, mas ele não vai sabotar a comissão, até porque é do Amazonas, exemplo de dor, asfixia e tragédia” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 18-04-2021.
“Resta a Bolsonaro atiçar sua turba contra o Supremo, pelos votos de Lula, os governadores, cara a cara com a pandemia, e a mídia, que relata toda a história. Parte do plano é martelar que essa turba é o “povo”. Se 200 ou 500 alucinados atacarem de novo o prédio do STF, Bolsonaro apoiará: “Não jogarei o ‘meu’ Exército contra o ‘povo’!”. Saberemos então, finalmente, qual foi sua intenção ao derrubar toda a cúpula militar. A que saiu defendia a Constituição. A que entrou se escuda no “povo”, esse “povo”?” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 18-04-2021.
“2022 pode repetir 2018, não se pode esquecer disso. Duas coisas podem evitar isso. Primeiro, todos devem estar contra Bolsonaro e aumentar sua pressão contra o presidente. O sofrimento diário dos brasileiros na pandemia precisa de uma oposição mais forte do que a atual. (...) Em boa medida, a falta de discussão política da última eleição favoreceu a escolha que gerou o pesadelo. Melhores ideias precisam vencer o populismo autoritário” – Fernando Luiz Abrucio, doutor em Ciência Política pela USP e professor de gestão pública da FGV-EAESP – O Estado de S. Paulo, 18-04-2021.
“Um único parlamentar passou a ser responsável por parte relevante dos gastos discricionários, com uma benesse anual perto de R$ 30 bilhões. O problema se agrava com a ampliação das emendas de comissões. Nada está tão ruim que não possa piorar. Paulatinamente, o Planalto perde a capacidade de conduzir a política pública. Os recursos do governo estão quase inteiramente capturados por grupos de interesse e pelo fortalecimento do clientelismo. Não será fácil corrigir o retrocesso. O oportunismo e a incompetência na gestão da política e da economia vão deixar um difícil legado para 2023” – Marcos Lisboa, economista – Folha de S. Paulo, 18-04-2021.
“Bolsonaro passou de piromaníaco a pedinte. Admitiu acabar com o desmatamento até 2030 e estragou sua nova posição numa única frase: “Alcançar esta meta, entretanto, exigirá recursos vultosos e políticas públicas abrangentes, cuja magnitude obriga-nos a querer contar com todo apoio possível” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 18-04-2021.
“A carta de Bolsonaro a Joe Biden ocupa sete páginas. Fosse qual fosse seu efeito, ele foi anulado pela curta notícia do afastamento do delegado Alexandre Saraiva, que chefiava a superintendência da Polícia Federal no Amazonas e acusou o ministro do Meio Ambiente de advogar no interesse de desmatadores” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 18-04-2021.
“Uma Lava Jato e três anos depois, Lula ficou maior e Bolsonaro está menor” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 18-04-2021.
"O Brasil não está nem perto de ter queda de casos de covid-19" – Isaac Schrarstzhaupt, um dos coordenadores da Rede Análise Covid-19 – BBC Brasil, 18-04-2021.
“O número de casos vai estabilizar, mas em um nível muito alto, transformando a recém conquistada desaceleração em um platô de muitos óbitos ou o número alto de pessoas doentes circulando será um "combustível" para novas infecções, gerando um novo aumento do número de casos, hospitalizações e mortes no Brasil” – Isaac Schrarstzhaupt, um dos coordenadores da Rede Análise Covid-19 – BBC Brasil, 18-04-2021.
"Quanto mais esperarmos para fazer (Lockdown), mais caro vai ficar. Teremos mais doentes, e levará mais tempo para o foguete descer" – Isaac Schrarstzhaupt, um dos coordenadores da Rede Análise Covid-19 – BBC Brasil, 18-04-2021.
“Se 41% dos brasileiros já relatavam sintomas como ansiedade, insônia ou depressão por consequência da pandemia da covid-19 em março de 2020, hoje mais da metade da população (53%) afirma que seu bem-estar mental piorou no último ano. De acordo com uma pesquisa do Instituto Ipsos encomendada pelo Fórum Econômico Mundial para medir a piora no quadro de saúde mental em 30 países, o Brasil ocupa o quarto lugar do ranking, superado apenas por Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%)” – Bianca Zanatta, jornalista – O Estado de S. Paulo, 18-04-2021.
“Para o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira, o Brasil chega à Cúpula de Líderes sobre o Clima sob desconfiança, mas tendo feito importantes recuos, como o pedido de “ajuda” de US$ 1 bilhão. “Desdenhou de recursos do Fundo Amazônia e quando Joe Biden se dispôs a ajudar, Jair Bolsonaro respondeu grosseiramente. Agora é uma volta atrás na posição soberanista”, disse. A “volta atrás” talvez traga arrepios ao Bolsonaro de 2020, que usou como justificativa a “perda de soberania” para recusar recursos estrangeiros para o combate a incêndios” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 19-04-2021.
“Ex-embaixador em Washington, Sérgio Amaral disse que “a chance de o Brasil conseguir o que pleiteia junto aos Estados Unidos, uma melhora na imagem e a doação de US$ 1 bilhão, é próxima a zero”. O motivo? O Brasil não apresenta medidas concretas e perdeu credibilidade” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 19-04-2021.
“Para construir a confiança demora décadas, para perder é uma semana. Vai levar tempo. Não é um problema de comunicação, mas de atos concretos. É isso que recria a confiança”, afirmou Amaral. – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 19-04-2021.
“Relatório da Unesco estima que só em 2030 se poderá voltar à trajetória de aprendizagem em que estavam os alunos brasileiros e de outros países latinos, tamanha a perda neste período” – Renata Cafardo, jornalista – O Estado de S. Paulo, 18-04-2021.
“A cada oito minutos, uma pessoa é estuprada no país. São 180 estupros por dia, sendo as mulheres a maioria das vítimas segundo as estatísticas feitas a partir de registros em boletins de ocorrência. O número é assustador por si só, mas se torna ainda mais aterrorizante quando considerado o fato de que muitos casos não são denunciados e, portanto, estão fora das estatísticas. Como estupro é uma questão de poder e subjugação, medo e impotência sustentam a subnotificação” – Ana Cristina Rosa, jornalista especializada em comunicação pública e coordenadora da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPÚBLICA) – Seção Distrito Federal – Folha de S. Paulo, 19-04-2021.
“Quase 30% dos crimes de estupro registrados no anuário foram cometidos contra crianças de zero a 9 anos, das quais mais de 11% eram bebês de até quatro anos” – Ana Cristina Rosa, jornalista especializada em comunicação pública e coordenadora da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPÚBLICA) – Seção Distrito Federal – Folha de S. Paulo, 19-04-2021.
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