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O GatoMÍDIA está mexendo na forma como os jovens moradores da favela veem a favela

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15 Abril 2020

Fundado por Thamyra Thâmara, mulher negra e moradora do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, o GatoMÍDIA é uma rede, de mais de 130 colaboradores, que oferece residências de aprendizado, com foco em comunicação e tecnologia, em favelas cariocas desde 2013. Além de pulverizar conhecimento e preparar jovens para o mercado de trabalho, o projeto os estimula a recriar suas realidades e almejar futuros melhores voltando os olhos para a ancestralidade

A reportagem é de Natacha Cortêz, publicada pela Revista Marie Claire e reproduzida por Geledés.org, 14-04-2020.

O ano era 2016 e Isys Maciel Soares, moradora do Complexo da Penha, conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro, tinha 15 anos e os cabelos alisados devido a uma série de progressivas. Naquela altura da vida, a adolescente não sentia orgulho algum de suas origens. Nem ao menos se entendia como negra. Foi quando se inscreveu em uma residência de aprendizado em Nova Brasília, favela do Complexo do Alemão, a trinta minutos de transporte público de sua casa. Focado em produção de novas linguagens, o curso, oferecido pela rede de aprendizado e metodologia em mídia e tecnologia GatoMÍDIA, durou duas semanas, levou o nome de “Favelado 2.0 – Construindo Gambiarras para o Futuro” e resultou na produção do documentário Quem São os Makers da Favela? – disponível no YouTube. Isys não se esquece: saiu daquela formação outra garota. “A verdade é que meu jeito de enxergar o mundo se reajustou. Mudou a forma como vejo a favela e como me vejo. Inclusive, é assim que devemos chamar: favela. Comecei a transição capilar depois do curso e isso foi transformador em mim. Toda minha visão sobre ser preta também mudou. Descobri que sou preta na residência de aprendizado, que nunca foi apenas uma residência”, conta ela agora, aos 19 anos, em um encontro que tivemos no início de fevereiro no mesmo Alemão que foi cenário de sua “reinvenção”.

Hoje, Isys é parte do time do GatoMÍDIA, que conta com mais de 130 professores e colaboradores, todos dispostos a ceder tempo e conhecimento em nome do que chamam de “descolonização do olhar”. É base da metodologia do coletivo ressignificar, e especialmente de dentro para fora, os maus signos atribuídos às periferias e aos seus moradores. “Temos a favela como principal referência em produção de conhecimento e inventividade. Nossa missão é promover espaços de experimentação e redes de oportunidades. Abrir espaço para que outras vozes e narrativas sobre as periferias sociais, raciais e de gênero possam surgir”, explica Jon Thomaz, de 30 anos. Jon é iluminador, músico, e morador de São João do Meriti, município da Baixada Fluminense. Seu primeiro contato com o GatoMÍDIA foi há cerca de três anos, como aluno de uma residência de programação com o nome de Wagikisa. A palavra, que significa força, vem dos Tchokwe, etnia bantu que se concentra no nordeste da Angola. Assim como aconteceu com Isys, Jon saiu diferente da experiência. Nas aulas, aprendeu que o próprio corpo é “das mais altas tecnologias”, que “a cabeça é como nosso software” e que qualquer um de nós é capaz de programar. Aliás, que programamos cotidianamente, do momento em que saímos da cama ao que voltamos a ela. “Cozinhar é um exercício de programação”, diz Jon. Ao lado de alunos que, do mesmo modo que ele, eram moradores de periferia, aprendeu ainda que pertencer é importante. Atualmente, Jon é produtor de narrativas imersivas no GatoMÍDIA.

A sociedade parte do princípio de que não se pode tirar nada de esteticamente apresentável ou bonito da favela. Quando você fala de periferia e jovem negro, as pessoas têm ideias prontas e preconceituosas — Jon Thomaz

A história do coordenador pedagógico João Araió, 31 anos, com o coletivo é um tantinho mais antiga. Ele está no GatoMÍDIA desde sua criação, em 2013, e me conta que o projeto surgiu de outros dois coletivos, Ocupa Alemão e Ocupa Borel – que têm suas histórias à parte. Na virada de 2012 para 2013, um jovem ativista negro foi morto a tiros pela polícia militar no Morro do Borel. “Logo nessa época houve uma espécie de toque de recolher instituído pela PM, que foi estendido a outras comunidades do Rio de Janeiro. Os grupos nascem para protestar contra a violência e arbitrariedade da polícia e vão ganhando adeptos. Não demora até começarmos a ter eventos culturais também”, lembra João. Do braço cultural e midiático dos Ocupa Alemão e Ocupa Borel surge o GatoMÍDIA, fundado pela jornalista, roteirista e mestra em cultura Thamyra Thâmara, de 31 anos, agora coordenadora de metodologias da rede.

“E surge com a crença de não apenas acessar a informação, mas poder produzi-la a partir do seu território e cultura. Isso empodera o indivíduo e abre oportunidade para uma nova forma de estar na cidade. Não apenas passivo, mas ativo na busca de seus direitos, representações e perspectivas. O direito à comunicação gera outros direitos e acessos”, acredita João, que se emociona ao lembrar de alunos que passaram pelas oficinas e residências oferecidas pelo GatoMÍDIA. “As pessoas saem mesmo diferentes das nossas vivências. E quando isso acontece, sabemos que chegamos aonde queríamos. Me recordo de uma garota, Sabrina, que foi profundamente impactada pela nossa metodologia. Ela também passou por transição capilar, começou a fazer música e hoje se apresenta como rapper, criou seu próprio coletivo de arte e, como se não fosse o bastante, escreve poemas.”

“A sociedade parte do princípio de que não se pode tirar nada de esteticamente apresentável ou bonito da favela. Quando você fala de periferia e jovem negro, as pessoas têm ideias prontas e preconceituosas”, continua Jon. “Então, operamos no imaginário dos alunos. Tentamos mexer no que pensam do lugar onde vivem. Estimulamos uma reconexão com a potência da favela e da ancestralidade de cada um. Criam, então, um mapa afetivo que os fortalece como indivíduos, mas também parte de um todo.”

Em 2019, o GatoMÍDIA levou à risca a teoria contada por Jon para sua maior residência já feita. Durante os meses de abril, maio e junho, 50 pessoas (escolhidas entre mais de 300 inscritas) participaram do Laboratório Afrofuturista. “Um dos efeitos do processo de colonização foi fazer que não tenhamos futuro. Que a população negra desapareça. E desapareça através da morte, nos assassinando, do encarceramento em massa, do apagamento dos nossos saberes, da negação a políticas públicas. O processo de colonização tirou de nós a força e nos subjugou. Uma forma de reconhecer nossa potência de novo é olhar para a ancestralidade”, explica a curadora de novas tecnologias do GatoMÍDIA, Andressa Núbia, de 21 anos. “O conceito de afrofuturismo é ligado à preservação da vida, de assegurar futuros para a população negra”, endossa João.

A residência, que tinha a tecnologia, a comunicação e arte como fios condutores, garantiu aos participantes bolsa que incluiu transporte, alimentação e ajuda financeira. Assim, eles poderiam se dedicar integralmente aos encontros. Todos os cursos oferecidos são gratuitos e, conforme chega apoio financeiro, que vem de empresas privadas ou organizações sem fins lucrativos, como a Fundação Heinrich Böll Brasil, o grupo pode oferecer auxílios na locomoção e alimentação dos participantes. Não é raro que consigam isso. Além das formações que o GatoMÍDIA proporciona pelas favelas e periferias cariocas, a rede encaminha os participantes a agências de emprego e agenciamento focadas nas classes C e D. Uma delas é a Naya, que concentra um banco de dados de candidatos que passaram pelo projeto.

Nascida na periferia de Brasília e então moradora do Complexo do Alemão, Thamyra, a mulher que idealizou o GatoMÍDIA, também está à frente de outras duas iniciativas, a Casa Brota, um coworking no Alemão, e do blog e perfil no Instagram Favelados pelo Mundo, sobre viagens a partir da perspectiva de moradores da periferia. Para ela, toda a tecnologia produzida na favela é “gambiarra tecnológica” e metodologia de sobrevivência que precisa parar de ser classificada como “jeitinho brasileiro”. “A gente vê o ‘gato’ de uma forma moralista, mas é inovação. A cultura maker [em português, criadora] é intrínseca à rotina das favelas brasileiras. E nela tem muito da narrativa dos povos subjugados. Por isso, fomentá-la é resistir”, completa.

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