Fórum Econômico Mundial: o “grito” do patriarca Bartolomeu: “não há lugar para a indiferença; e não há tempo para a indecisão”

O Fórum Econômico Mundial organiza sua 50ª reunião anual entre os dias 21 e 24 de janeiro (Foto: Pascal Bitz | Fotos Públicas)

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22 Janeiro 2020

Estamos todos no mesmo barco! Não há lugar para a indiferença; e não há tempo para a indecisão. Muitos dos líderes políticos e globais do mundo estão entre nós. Pedimos que sejam mais ambiciosos em sua legislação e mais tenazes em suas ações". Esse é o "grito" que será lançado esta tarde pelo Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, no Painel "Como salvar o planeta", no contexto do 50º Fórum Econômico Mundial em Davos. Depois de Greta Thunberg, é o Patriarca a pedir uma maior ação política em favor da terra. Um discurso forte em que Bartolomeu também se faz porta-voz dos jovens que em todo o mundo saíram às ruas.

A reportagem é publicada por Agência SIR, 21-01-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

“Ouvimos os fatos; fomos informados pela ciência; temos previsões para o futuro. Ao contrário das gerações anteriores, não temos desculpas; não podemos dizer que não sabíamos", diz Bartolomeu. "No entanto, apesar das informações à nossa disposição, está ficando claro que infelizmente muito pouco está sendo feito." "Há uma enorme lacuna e uma imensa distância entre a cabeça, o coração e as mãos." O Patriarca, portanto, pede ao establishment político e econômico mundial, reunido em Davos, para “preencher essa lacuna; aproximar essa distância".

Resta pouco tempo: “Colocamos à prova a sustentabilidade do nosso mundo e esgotamos os recursos do nosso planeta; exploramos a terra e levamos prematuramente as espécies à extinção; o que é pior, expusemos os mais vulneráveis entre nós às consequências de nosso imprudente consumo de energia". Daí o convite à ação.

Dirigindo-se aos líderes mundiais, ele diz: “Encorajo vocês a prestarem atenção ao impulso e aos protestos de todo o mundo, não apenas para aqueles que sofrem com o impacto das mudanças climáticas, mas também para os jovens que imploram por seu futuro e pedem solidariedade entre as gerações. O mundo deles - o nosso mundo - não é negociável! O mundo está esperando; o mundo está assistindo. Somos responsáveis por nossas ações inadequadas e incoerentes. Somos responsáveis pelo papel que desempenhamos na difícil situação dos refugiados e pela contribuição que estamos dando às calamidades naturais. Para alguma misteriosa conexão que nem sempre entendemos (e às vezes optamos por ignorar), a Terra nos lembra nossa vocação de proteger a ela e aos seus recursos naturais, de preservar e apoiar as gerações futuras. Seremos julgados pela urgência com que reagimos à crise ecológica da nossa época".

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