Se até agora não há sinais de greve geral contra a reforma da Previdência, começam a surgir indícios de que o caráter errático do governo Bolsonaro pode servir. Em café da manhã com jornalistas, o presidente afirmou ontem que o governo pode rever pontos da reforma. São eles: a limitação na concessão integral do Benefício de Prestação Continuada, a idade mínima para aposentadoria de trabalhadores rurais e para mulheres. Nesse último caso, Bolsonaro afirmou que pode passar de 62 anos para 60.
A informação é publicada por Outra Saúde, 01-03-2019.
A notícia gerou reações negativas na Câmara dos Deputados, segundo o G1, e desgosto para Paulo Guedes, segundo a Folha. No Congresso, alguns líderes consideraram a disposição em ceder positiva. Outros avaliam que é um tiro no pé do governo Bolsonaro anunciar que pode mudar o texto antes de a PEC começar a tramitar, o que só acontece no dia 12. Segundo a coluna Painel, aliados de Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmam que se o presidente “não está segurando a pressão de bancar uma proposta tão impopular, imagine os deputados”.
E um levantamento da XP Investimentos conclui que também o mercado está contando com uma “reforma mais magra” do que a projetada por Guedes. E 40% dos ouvidos acredita que a reforma só será apreciada no segundo semestre.
Remando contra a maré, a equipe de Guedes contratou até um call center para atender a população e tirar ‘dúvidas’.
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