Defesa dos povos indígenas, pauta na Assembleia Pré-Sinodal de Roraima

Fonte: Wikimedia Commons

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06 Novembro 2018

Dentro do processo de escuta, que está sendo efetivado em todo o território Pan-Amazônico, a Diocese de Roraima realizou, nos dias 3 e 4 de novembro, sua assembleia pré-sinodal, com a participação de cerca de 150 pessoas, leigos e leigas, junto com os missionários e missionárias que atuam em todas as paróquias, liderados pelo bispo diocesano, dom Mario Antonio da Silva. A assembleia, conforme destaca Márcia de Oliveira, assessora do Sínodo da Amazônia, serviu para compartilhar tudo o que foi recolhido nos diferentes encontros realizados nas mais variadas realidades.

A reportagem é de Luis Miguel Modino, publicada por Religión Digital, 04-11-2018. A tradução é do Cepat.

Mapa da região Pan-Amazônica (Foto: nome do fotógrafo)

O mais importante deste processo é, segundo a assessora sinodal, que estiveram presentes os clamores, as esperanças e os sonhos do Povo de Deus nesta região. Também destaca a expressiva participação dos povos indígenas. Eles apresentaram suas lutas e os grandes desafios que a atual conjuntura política oferece. Junto com os indígenas, o irmão marista Danilo Bezerra ressalta a presença de trabalhadores rurais e migrantes. Não podemos esquecer que Roraima é a principal porta de entrada de imigrantes venezuelanos no Brasil, o que provocou conflitos nos últimos tempos.

Para o bispo diocesano, a assembleia deve ser expressão dos clamores que saem das bases, para assim poder construir uma Igreja com rosto amazônico e defender e promover a Vida, seguindo o desejo do Papa Francisco.

Roraima é uma região onde o futuro presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, obteve uma alta porcentagem de votos, ameaçando invadir terras indígenas em favor dos grandes latifundiários. Estes indígenas fizeram um chamado à Igreja para que continue firme no apoio a suas lutas em favor da vida, dos territórios e dos direitos de todos os povos da região.

A realidade e seus desafios foram ponto de partida para lançar propostas frente ao Sínodo da Amazônia. Nesse sentido, Márcia de Oliveira reconhece que uma questão pertinente foi o reposicionamento da Igreja em defesa dos territórios, da demarcação das terras indígenas e na defesa dos imigrantes. Junto com isso, em relação ao desafio da ecologia integral, é necessário reconhecer as experiências concretas que fazem ver que isso é algo possível na região.

É tempo de elevar a identidade dos rostos dos povos da Amazônia dentro da Igreja da região. Conforme destaca Danilo Bezerra, é tempo de escutar e se perguntar sobre qual é o tipo de Igreja que queremos aqui na Amazônia, uma Igreja indígena, ribeirinha e também de pequenos agricultores. O irmão marista destaca a beleza do processo e a força dos gritos e clamores escutados na assembleia. Tudo isso a partir do método ver, discernir e atuar, presente no desenvolvimento de todo o processo sinodal, que na diocese de Roraima tem como objetivo final gerar compromissos, tanto em nível local, como também propostas para o Sínodo e a Pan-Amazônia.

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