06 Julho 2018
Governo tem até 10 de julho para levar menores de cinco anos para junto de seus pais.
A reportagem Joan Faus, publicada por El País, 05-07-2018.
O Governo dos Estados Unidos está realizando testes de DNA em famílias de imigrantes como parte de sua estratégia de reunificar centenas de pais e filhos que foram separados depois de entrar ilegalmente no país. O tempo é escasso. Uma sentença judicial obriga a Administração de Donald Trump a levar até 10 de julho as crianças de menos de cinco anos para junto de seus parentes. E em 26 de julho tem de concluir a reunificação de todas as crianças com suas famílias.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos revelou nesta quinta-feira que tem sob custódia aproximadamente 11.800 imigrantes menores de idade. A maioria viajou sozinho para os EUA em um desesperado périplo desde a América Central. Da cifra total, cerca de 3.000 foram separados dos pais ao cruzar ilegalmente a fronteira, como parte da política de “tolerância zero” que Trump se viu forçado a anular em 20 de junho para tentar apaziguar uma onda de indignação. E desses, perto de uma centena são crianças com menos de cinco anos que têm de voltar para junto dos pais dentro de poucos dias.
O secretário de Saúde, Alex Azar, insistiu em que a sentença preliminar emitida no final de junho por uma juíza de San Diego será cumprida, mas tachou de “artificial” o prazo imposto, reconheceu que a reunificação de famílias representa “uma situação sem precedentes” e que “não é sempre a tarefa mais fácil”.
Nesta quinta-feira, o objetivo de Azar, uma das autoridades envolvidas na crise imigratória, era mandar uma mensagem de calma. “Não há confusão”, proclamou em uma entrevista na rede Fox News. E depois falou com mais detalhes sobre a mesma ideia em uma entrevista por telefone com jornalistas: “É necessário ser muito claro sobre isto porque sabemos onde cada criança está e sabemos que está sendo bem atendida”.
A realidade, porém, é mais complexa. Os testes de DNA buscam comprovar o parentesco entre adulto e menor. Mas revelam a enorme dificuldade por trás da reunificação de famílias e também como o Governo carecia de um plano definido para reagrupar os imigrantes. Ao separar pais e filhos, as autoridades quase não tomaram medidas que permitissem saber com exatidão os laços familiares entre eles, aonde iriam ser enviados em separado e como reunificá-los mais adiante. Houve casos de pais que foram deportados enquanto os filhos continuavam nos EUA. E foi a pressão da juíza federal de San Diego, Dana Sabraw, que forçou a preparação de uma estratégia.
Continuam existindo incógnitas. Não está claro se todos os imigrantes adultos que estão em unidades de detenção serão liberados –estão à espera de um parecer judicial para decidir seu futuro imigratório– para poderem ser reagrupados com seus filhos. Uma sentença legal limita a 20 dias o tempo que famílias de imigrantes podem estar juntas sob custódia. Trump está buscando reverter essa restrição nos tribunais e no Congresso.
Agora, a Administração se vê obrigada a agir com rapidez em razão do calendário fixado pela juíza californiana, que também estabeleceu que em 6 de julho vence o prazo para que pais e filhos conversem por telefone. Para acelerar o processo de reunificação das famílias, os imigrantes pais de crianças com menos de cinco anos estão sendo transferidos para prisões próximas dos albergues onde estão os menores.
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Estados Unidos fazem testes de DNA para reunir pais e filhos imigrantes - Instituto Humanitas Unisinos - IHU