09 Novembro 2017
“Antigamente, a briga entre os políticos era para saber quem ficaria com os melhores ministérios e as estatais mais vistosas. Hoje, é preciso saber também quem ficará com o controle da Polícia Federal. Depois de enterrar duas denúncias criminais na Câmara, Michel Temer finalmente atingiu o objetivo de trocar o comando da PF. Nomeou Fernando Segóvia” – Josias de Souza, jornalista – portal Uol, 09-11-2017.
Muitos se perguntam: o que será do futuro da Polícia Federal? O futuro, como se sabe, a Deus pertence. A indagação mais inquietante é outra: E quanto ao passado? Quem irá investigá-lo. A passagem do PT pelo poder foi uma farra. Como toda farra, acabou em detritos. O PMDB participou da fuzarca. E deu continuidade a essa esbórnia antes que o país pudesse fazer um exame de consciência e uma boa faxina” – Josias de Souza, jornalista – portal Uol, 09-11-2017.
“Embora todos neguem, o novo diretor da Polícia Federal tem o apoio de personagens notórios. Entre eles o chefe da Casa Civil Eliseu Padilha e o ex-presidente José Sarney. Mal comparando, é como se o detrito aplaudisse a escolha da vassoura. Por enquanto, Fernando Segóvia é apenas certo homem que o denunciado Michel Temer colocou no comando da PF. Parte da corporação levou o pé atrás. É preciso aguardar oque ele fará no cargo para saber se esse certo homem é o homem certo” – Josias de Souza, jornalista – portal Uol, 09-11-2017.
“Não demora e a faxina moral duradoura que a Lava Jato prometia ao País não passará de nostalgia. Lembra do Moro? E pensar que um juiz de província quase liquidou a República...” – Luís Fernando Verissimo, escritor – O Estado de S. Paulo, 09-11-2017.
“O que as mãos limpas e a Lava Jato tem indiscutivelmente em comum é que, na busca por uma moral absoluta, desnudaram mais do que esquemas de corrupção e de bandidagem corporativa, fizeram - sem querer - retratos de corpo inteiro do capitalismo de compadres em vigor nos seus países” – Luís Fernando Verissimo, escritor – O Estado de S. Paulo, 09-11-2017.
“O tom ameno das declarações oficiais sobre a indicação do delegado Fernando Segóvia para a direção-geral da Polícia Federal não espelha a apreensão que ronda grupos do órgão. Às vésperas da escolha, integrantes graduados do corporação diziam que Segóvia não era “o nome certo” e que, se fosse o eleito, deveria chegar sabendo que o modo como a PF opera hoje “está enraizado e não vai mudar”. Conhecido pela capacidade de articulação, ele precisará gastar toda a saliva que tiver” – Daniela Lima, jornalista – Folha de S. Paulo, 09-11-2017.
“Na confusão política e econômica deixada pelas mãos limpas na Itália, brotou, como um cogumelo venenoso, o Berlusconi. O Moro é o nosso Di Prieto, a frustração com as mãos limpas é a frustração com a nossa Lava Jato derrotada, o capitalismo viciado da Itália é o nosso capitalismo mafioso... Resta a grande questão: quem será o nosso Berlusconi?” – Daniela Lima, jornalista – Folha de S. Paulo, 09-11-2017.
“Segóvia não era a primeira opção do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que perdeu a queda de braço para a cúpula do PMDB, mas teve outros padrinhos: o ministro Gilmar Mendes, do STF, e o ministro Bruno Dantas, do TCU, por exemplo. Ele também conta com a simpatia de Raquel Dodge” – Daniela Lima, jornalista – Folha de S. Paulo, 09-11-2017.
“O novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segóvia, frequenta a casa do ministro Augusto Nardes, do TCU. 'Na minha casa eu recebo todo mundo. Não tenho preconceito contra ninguém. Você pode ir lá também. Sou um homem público, faço eventos lá. O Segóvia foi, o Torquato Jardim (Justiça) também', afirmou Nardes” – O Estado de S. Paulo, 09-11-2017.
“O ex-presidente José Sarney é apontado como o principal patrocinador da escolha. Ele já foi alvo de duas denúncias no esquema da Petrobras. É acusado de receber dinheiro desviado dos cofres da Transpetro” – Bernardo Mello Franco, jornalista – Folha de S. Paulo, 09-11-2017.
“O ministro Eliseu Padilha também fez lobby por Segóvia. Chefe da Casa Civil, ele foi denunciado sob acusação de participar de uma organização criminosa. É identificado pelos apelidos de "Primo", "Bicuira" e "Fodão" nas planilhas da Odebrecht” – Bernardo Mello Franco, jornalista – Folha de S. Paulo, 09-11-2017.
“Outro entusiasta do delegado é Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União. Autor do relatório das pedaladas que embasou o processo de impeachment, ele foi acusado de receber propina para encobrir desvios na Petrobras” – Bernardo Mello Franco, jornalista – Folha de S. Paulo, 09-11-2017.
‘A exemplo de Temer, o delegado Segóvia assume com a promessa de não atuar para "estancar a sangria" da Lava Jato. Mesmo assim, é curioso ver tantos investigados festejando a escolha de seu novo investigador” – Bernardo Mello Franco, jornalista – Folha de S. Paulo, 09-11-2017.
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