30 Setembro 2017
Recentemente, o bispo de Aysén, Luis Infanti de la Mora, participou de uma mudança de bispo em Neuquén, Argentina. Em seu retorno, esteve em Esquel, lugar onde tentou visitar o mapuche argentino Facundo Jones Huala, que está detido nesse local, acusado de participar de ataques incendiários, tanto na Araucanía Chilena, como na Patagônia Argentina.
A reportagem é publicada por El Divisadero, 29-09-2017. A tradução é do Cepat.
Segundo explica o bispo Infanti, em uma entrevista dada a um canal de televisão de Esquel, solicitou formalmente, com mais de uma semana de antecedência, uma autorização para visitar o lonco Jones Huala, o que finalmente foi rejeitado.
“Eu fui na mudança de bispo em Neuquén e aproveitei a oportunidade de visitar, na prisão de Esquel, Facundo Jones Huala, em minha qualidade de bispo, uma visita pastoral. Fiz a solicitação à direção nacional de Buenos Aires e, depois de mais de uma semana, não veio a resposta. Entendo que é uma situação bastante desagradável. Percebo que uma visita pastoral mereceria ser atendida da melhor maneira pelas máximas autoridades, concretamente pelo doutor Emiliano Blanco, que é o diretor nacional do serviço penitenciário federal”.
A visita a Facundo Jones Huala, não era mais que um ato de solidariedade, acrescentou o bispo de Aysén, em entrevista ao meio de comunicação argentino.
“Eu vinha simplesmente cumprimentar Facundo, manifestar minha solidariedade desde o Chile, não só a ele, porque eu entendo que o fato dele estar preso, significa que todo o povo mapuche está preso. Porque vivemos no Chile, e percebo que também na Argentina, tempos em que o Estado se vendeu. No Chile temos isto absolutamente claro. O Estado Chileno está vendido aos poderes transnacionais e, no Chile, os poderes políticos, econômicos, judiciais estão ajoelhados diante dos poderes das transnacionais. Na Argentina, pelo que se vê e pelo que percebo, é pior”.
O bispo Luis Infanti acredita firmemente que tanto na Argentina como no Chile há grandes poderes que continuam com a permissão do Estado para despojar os povos originários de suas terras.
“Quando se pensa que um Benetton possui imensidades de terrenos na Patagônia, é justamente porque tem a cumplicidade dos poderes do Estado e é para marginalizar os povos que há séculos vivem nestas terras, com muito sacrifício, com muita coragem, fazendo soberania. Estão em sua casa, estão em sua terra, e com esta investida legal, porque justamente os países, através das leis, por exemplo, no Chile, com a constituição política de Pinochet, favorecem que o país seja vendido em todos os seus bens”, apontou o bispo de Aysén.
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Chile. “O Estado chileno está vendido aos poderes transnacional e na Argentina é pior”, constata bispo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU