04 Julho 2017
Na próxima quarta-feira, 5 de julho, em Wittenberg, Alemanha, cidade onde nasceu a Reforma em 1517, a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas vai aderir oficialmente ao consenso ecumênico já alcançado entre católicos, luteranos e metodistas sobre a Doutrina da Justificação.
A reportagem é de Philippa Hitchen, publicada no sítio Radio Vaticana, 03-07-2017. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma das questões cruciais que tinha levantado o desacordo entre os reformadores e as autoridades da Igreja Católica no século XVI foi resolvida, e isso permite avançar para uma maior comunhão espiritual e eclesial entre protestantes e católicos. No evento, também estará presente o secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Brian Farrell.
“Esse evento – afirma uma nota do dicastério – será outro marco importante no caminho para a unidade visível dos cristãos: não ainda a meta, mas uma fase significativa da viagem comum.”
Segundo Dom Farrel, “o momento da Reforma, no século XVI, um ponto fundamental de controvérsia foi a questão da Justificação, ou seja, como se torna efetiva no pecador a graça de Cristo, a salvação. Então, no diálogo ecumênico, percebemos, católicos e luteranos em primeiro lugar, que temos, no fundo, a mesma visão dessa doutrina. Isso permitiu a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Justificação, em 1999; depois, em 2006, a Igreja Metodista se associou a essa doutrina; e agora faz toda a Comunhão das Igrejas Reformadas faz o mesmo. Isso significa praticamente que a Igreja Católica e todas as Igrejas protestantes históricas têm a mesma visão teológica de como se torna real a salvação. E, portanto, temos uma base comum para uma grande colaboração, não só espiritual, mas também eclesial: isto é, as Igrejas agora têm uma base para poder colaborar muito mais intensamente”.
Essas Igrejas da Comunhão Reformada querem dar uma ênfase especial à justiça: o que isso significa exatamente?
Elas querem enfatizar que, quando somos justificados diante de Deus pela graça, já temos, por isso, uma responsabilidade, uma tarefa: a de trabalhar pela justiça no mundo, que é uma consequência natural da justificação. Os reformados – as Igrejas Reformadas – têm esse sentido de ter que ressaltar, no momento concreto em que vivemos, a importância desse compromisso com a justiça, desse trabalho para transformar o mundo segundo as regras do Evangelho.
E, portanto, em termos práticos, o que isso pode significar?
Pode significar que, em nível local ou regional, católicos, luteranos, metodistas e reformados, todos juntos, podem trabalhar juntos pela transformação da sociedade, para levar ajuda à humanidade sofredora.
E, também, redescobrir, em certo sentido, esse “tesouro escondido”, como é chamado, do ensino social da Igreja Católica...
Tornarmo-nos, todos, mais conscientes do fato de que, como o Papa Francisco diz muitas vezes, não basta crer em abstrato, mas que a nossa fé nos leve a trabalhar, a caminhar, a mudar o mundo.
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Novo passo ecumênico sobre a Doutrina da Justificação - Instituto Humanitas Unisinos - IHU