11 Agosto 2016
Segundo narradores da cerimônia de abertura, exploração da mão-de-obra negra foi 'necessária para o desenvolvimento do Brasil'.
A reportagem é de Andrei Netto e publicado por O Estado de S.Paulo, 10-08-2016.
O Conselho Superior do Audiovisual (CSA), órgão público de regulação do setor na França, abriu uma investigação a pedido do Conselho Representativo das Associações Negras (CRAN), que denunciou o "prisma colonialista" da transmissão da abertura dos jogos do Rio 2016, realizada pelos narradores da rede pública France Télévisions. Durante a cerimônia, um dos apresentadores fez comentários sobre a escravidão no Brasil, afirmando: "A escravidão foi necessária para o desenvolvimento industrial do país".
A transmissão foi realizada ao vivo pelo principal canal do grupo, France 2, e teve a participação do ex-jogador de futebol Raí, chamado de "embaixador" pela emissora. Líder de audiência no horário, com 42,6% de audiência, a transmissão incluiu uma verdadeira aula de História às avessas. Além de absolver a escravidão ao afirmar que "foi necessária" para o Brasil, o editor de Esportes Daniel Bilalian, comentarista da cerimônia, errou o setor da economia "beneficiado" pela exploração de mão-de-obra africana: foi na agricultura, e não na indústria, que a escravidão foi mais empregada.
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Comentários em TV sobre escravidão no Brasil causam polêmica da França - Instituto Humanitas Unisinos - IHU